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CINEMARK

"É uma gota no oceano", diz Davi Cardoso na première do filme 'Do Sul, a Vingança'

Aos 81 anos, Cardoso também revelou planos para dirigir um novo projeto no estado

13 MAI 2025 • POR TERO QUEIROZ • 18h28
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Davi Cardoso após a sessão première do filme 'Do Sul, a Vingança'. Foto: Aly Freitas

Um dos nomes mais emblemáticos da história do cinema popular brasileiro, o ator e cineasta Davi Cardoso esteve presente na noite da 2ª feira (12.mai.25), na première do longa Do Sul a Vingança, no Cinemark do Shopping Campo Grande (MS).

Na produção, o veterano interpreta o personagem Coronel Massada. Após assistir à primeira exibição pública do filme, Davi falou sobre a experiência de retornar às telas e as dificuldades que envolvem a produção cinematográfica no Brasil contemporâneo. “Foi uma participação muito boa”, afirmou. “É muito difícil fazer cinema. Você faz um filme e, daqui um ano, convida alguém pra assistir, e ele responde: ‘eu já vi’. Enquanto isso, o Roberto Carlos canta a mesma música há décadas e o público continua aplaudindo", comparou.

A declaração reflete o tom crítico e experiente de quem acumula mais de 60 anos de envolvimento com o audiovisual. Natural de Maracaju (MS), Davi Cardoso começou sua trajetória no início dos anos 1960 como continuísta e diretor de produção nos filmes de Amácio Mazzaropi, uma das figuras centrais do cinema nacional daquele período. A partir da década de 1970, tornou-se um dos nomes mais produtivos e reconhecíveis da chamada pornochanchada, gên'ero que mesclava comédia popular e erotismo leve, tornando-se uma referência do cinema comercial brasileiro.

Cardoso atuou, produziu e dirigiu dezenas de filmes, sendo protagonista de títulos como A Moreninha (1971), Dezenove Mulheres e Um Homem (1977), Sexo Cruzado (1986), entre muitos outros. Seu trabalho marcou época e ajudou a consolidar o cinema como um entretenimento acessível durante um período em que as produções nacionais enfrentavam sérias limitações técnicas e financeiras.

Davi Cardoso. Foto: Aly FreitasDavi Cardoso. Foto: Aly Freitas

Apesar de sua visibilidade, o ator enfrentou períodos de afastamento da cena audiovisual, sobretudo nas últimas décadas, com a queda da indústria cinematográfica nacional nos anos 1990 e as transformações nas formas de consumo de conteúdo. Em 2015, chegou a anunciar sua aposentadoria com o filme Sem Defesa, produzido de forma independente. Contudo, o convite para integrar o elenco de Do Sul, a Vingança resultou em uma nova participação, ainda que, segundo ele próprio, possa ter sido a última. “Esse foi o último filme que eu fiz. Faz uns três anos que eu não atuava. Mas, quando alguém precisar de mim, para dar um conselho, para uma participação, estou à disposição”, brincou.

Aos 81 anos, Cardoso também revelou planos para dirigir um novo projeto no estado. Trata-se de um filme com temática centrada no universo do boxe, esporte que ele afirma ter praticado intensamente no passado. “Fiz 43 lutas com o Maguila, aqui e no exterior. Esse filme não é uma luta de boxe, é sobre o mundo do boxe, a podridão. E é uma vingança também, como esse filme que acabamos de ver. Seria feito na região de Piraputanga e Camisão, com aquelas paisagens ali perto de Aquidauana", adiantou.

Durante a entrevista, o artista comentou ainda sobre a importância da produção local e do estímulo ao cinema regional. “Vejo com bons olhos porque é o ressurgimento do cinema sul-mato-grossense. É uma gota d’água, um pingo no oceano, mas tem que começar. Alguém tem que fazer".   

Na avaliação de Cardoso, Do Sul, a Vingança marca uma tentativa de reativar o circuito audiovisual no Mato Grosso do Sul ocupando cinemas, com elenco e equipe técnica locais. “É preciso fazerem mais filmes aqui, mostrar que há cinema de força no Mato Grosso (pausa), do Sul", finalizou.

EM CARTAZ NOS CINEMAS

Distribuído pela Kolbe Arte, o filme 'Do Sul, a Vingança', entra em cartaz nos cinemas em 15 de maio. Veja os locais:

Mato Grosso do Sul:

Mato Grosso:

São Paulo:

Rio de Janeiro:

FICHA TÉCNICA