Com 1º filme, cineasta Ligia Tristão Prieto conquista vaga no Bonito CineSur

Diretora sul-mato-grossense é uma das duas mulheres na Mostra Sul-Mato-Grossense deste ano e celebra o protagonismo feminino

Ligia Tristão Prieto estreia 'Eleonora', na competição oficial do Bonito CineSur. Foto: Tero Queiroz

Com seu primeiro curta-metragem autoral, Eleonora, a cineasta sul-mato-grossense Ligia Tristão Prieto estreia no circuito de festivais ao integrar a Mostra Sul-Mato-Grossense da 3ª edição do Bonito CineSur — Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, que acontece entre os dias 25 de julho e 2 de agosto de 2025.

“Estar aqui é maravilhoso e, ao mesmo tempo, um pouco assustador”, afirmou Ligia, durante entrevista ao TeatrineTV na manhã desta sexta-feira (6.jun.25), no lançamento do CineSur no Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS). “Ainda estamos abrindo caminhos — especialmente em um estado como o Mato Grosso do Sul”.

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Neste ano, apenas dois dos cinco curtas da Mostra Sul-Mato-Grossense são dirigidos por mulheres: Ligia Tristão Prieto e Daphyne Schiffer Gonzaga, diretora de Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha. “Isso mostra que ainda temos muito a conquistar. Mas estar neste festival é muito simbólico pra mim”, avaliou Ligia.

Ligia Tristão Prieto, a protagonista Ana Lúcia Serrou (Eleonora) e alguns integrantes do Grupo Casa Produções, que realizaram o curta-metragem 'Eleonora'. Foto: Tero Queiroz

Acompanhando o CineSur desde sua primeira edição, em 2023, como espectadora e participante de oficinas Ligia agora, retorna com diretora de cinema junto ao Grupo Casa Produções. “Eleonora é o nosso primeiro trabalho lançado para o mundo”.

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Eleonora é, segundo a diretora, um projeto transformador. Com uma protagonista de mais de 60 anos, o filme aborda a liberdade de existência das mulheres e rompe com estereótipos. “A gente está na vida real e na criação, quebrando paradigmas, lutando para ocupar espaços. E Eleonora mostra que é possível”.

A diretora Ligia Trisão Prieto e a Diretora de Fotografia Jéssica Asan. Foto: Tero Queiroz

O processo de produção foi marcado por um ambiente afetivo e colaborativo. “Desde que nasceu, Eleonora foi uma obra sonhada, acarinhada, amada por todas as pessoas envolvidas. Foi o set mais carinhoso que já vivi. Isso tudo prova que é possível fazer um cinema baseado no afeto, na diversidade — com mulheres e até crianças ocupando espaços de criação”.

Ligia Tristão Prieto e a Coordenadora do Festival Bonito CineSur, Andrea Freire. Foto: Tero Queiroz

Ligia ainda não assistiu aos demais filmes da mostra, mas está ansiosa e confiante. “A maioria é inédita. Mas, claro, estou torcendo por Eleonora. É o nosso primeiro laurel oficial. O desejo é que a gente consiga fazer parte dessa história. Que Eleonora chegue na frente, com tudo que ela representa: essa mulher que caminha adiante. Seria um sonho — mas é um sonho que, até agora, tem se mostrado possível”, concluiu.  

REALIZADORES 

O Festival é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), por meio de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Conta com patrocínio da Fecomércio-MS, Sesc-MS, Emgea e Agência Nacional do Cinema (Ancine). Tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da Prefeitura de Bonito, da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e do Governo de Mato Grosso do Sul, além do apoio cultural da Energisa e da Zoom Publicidade.

Em 2024, o Bonito CineSur exibiu 42 filmes em 120 horas de programação, mobilizou mais de cinco mil pessoas e impactou diretamente a economia criativa de Bonito.