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EDUCAÇÃO MUSICAL

Projeto mapeia professores de música na Capital de MS

A pesquisa é aberta a todos os docentes da área; veja!

1 SET 2025 • POR TERO QUEIROZ • 14h15
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A professora e pesquisadora de música Etna Gutierres está conduzindo entrevistas.

O projeto Quando Só o Amor Não Basta está mapeando os desafios da educação musical inclusiva em Campo Grande (MS).

A iniciativa é coordenada pela professora e pesquisadora Etna Gutierres e financiada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc.

Voltado a professores de música da cidade, o estudo busca entender como o ensino musical tem se relacionado com pessoas com deficiência.

A pesquisa é aberta a todos os docentes da área, mesmo aqueles que nunca atuaram diretamente com o público-alvo.

O objetivo é levantar dados concretos sobre acessibilidade cultural, ainda pouco documentada no Brasil. “Ao conversar informalmente com professores, percebi respostas evasivas, e entendi que precisávamos ir além da percepção: era necessário reunir dados para ter base para a discussão”, afirma Etna.

Apesar de existirem leis que garantem o direito à participação cultural de pessoas com deficiência, a prática ainda está distante da teoria.

Segundo Etna, há um vazio nos editais, nas políticas públicas e até na formação de professores. “Se por um lado vemos mães lutando pelo direito dos filhos à escola regular, e professores reclamando da falta de formação e infraestrutura, imagine quando falamos apenas do acesso à cultura. Como podemos falar sobre o que apenas achamos?”, questiona a coordenadora.

O projeto está ouvindo docentes de diferentes contextos — da educação básica ao ensino superior — para identificar barreiras e boas práticas.

A ideia é construir um panorama real da inclusão musical em Campo Grande, com base em evidências e não apenas em percepções pessoais. “Se eu falar nas redes sociais que professores não sabem dar aulas para alunos atípicos, não quer dizer nada. Mas se eu disser que entrevistei 300 professores e x% não tiveram formação, teremos dados para questionar, propor e ajudar depois. O mundo científico só fala do que se prova”,
explica Etna.

As entrevistas buscam entender quais recursos estão disponíveis, que tipo de formação os professores recebem e quais estratégias já são adotadas.

Etna reforça que o acesso à música não pode depender apenas da sensibilidade individual dos educadores. “A inclusão musical não é apenas uma questão de boa vontade ou amor — é também sobre preparo, recursos e políticas públicas. E é isso que queremos mostrar com dados e vozes reais”, conclui.

Professores interessados em participar da pesquisa podem acessar o formulário online:  https://forms.gle/xff68GA35PMt4fZH8