Lei Rouanet bate recorde e reforça peso da Cultura na economia
Até o meio de 2025, o mecanismo captou mais de R$ 765,9 milhões
19 DEZ 2025 • POR TERO QUEIROZ • 11h31
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou nesta 6ª feira (19.dez.25) a força da Lei Rouanet para além do setor cultural.
Ela foi entrevistada no programa Bom Dia, Ministra. Assista:
Segundo a ministra, os números mostram impacto direto na economia nacional.
“Os dados gerais da Lei Rouanet, agora em 2025, foram 4.626 projetos. A captação do triênio 2023 e 2025 foi de R$ 3 bilhões. Foram 22 mil propostas apresentadas só em 2025, para você ter ideia de como existe gente trabalhando com cultura e arte neste país”, introduziu Margareth Menezes, ministra da Cultura do Brasil.
Até o meio de 2025, a Lei Rouanet captou mais de R$ 765,9 milhões.
O valor é o maior desde a criação da lei, em 1991.
A ministra apresentou o balanço durante o programa.
Ela também anunciou novos dados sobre o impacto econômico da lei.
Um estudo encomendado à Fundação Getulio Vargas será divulgado no início de 2026.
“A importância da Lei Rouanet é tão grande para o setor cultural que nós encomendamos uma pesquisa na Fundação Getúlio Vargas. Essa pesquisa, que nós vamos lançar no começo de janeiro, traz dados importantíssimos. A régua pela qual a Fundação Getúlio Vargas mediu essa pesquisa é a mesma de países que têm economia criativa como uma política já efetivada, é régua internacional. Para cada um real que nós investimos em Lei Rouanet, voltam sete (para a economia). Eles fizeram uma pesquisa com o ano de 2024. Fez gerar R$ 25 bilhões na economia nacional, no PIB nacional".
ECONOMIA CRIATIVA EM EXPANSÃO
Outro destaque foi o fortalecimento da economia criativa no país.
A ministra afirmou que o setor gera emprego e renda em todo o território nacional.
“Uma das dimensões da cultura é essa geração de emprego e renda. O Brasil é um país onde, nessa dimensão territorial imensa, com mais de 210 milhões de habitantes, temos em todos os lugares pessoas que trabalham genuinamente ganhando a vida com cultura, com arte”
PLANO NACIONAL DE CULTURA
A expectativa é de ampliação desse impacto a partir de 2026.
Isso depende da aprovação do novo Plano Nacional de Cultura (PNC 2025–2035).
O plano foi enviado ao Congresso Nacional em novembro.
Ele vai orientar as políticas culturais pelos próximos dez anos.
“Temos essa visão de que a cultura interfere positivamente no PIB nacional. Nós estamos falando disso, de como arrumar esse ambiente para que cheguem também as políticas que vão tratar dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura”.
FORMAÇÃO E GESTÃO
Margareth Menezes destacou a necessidade de qualificar gestores culturais.
Segundo ela, o ministério atua para estruturar o setor de forma sustentável.
“Temos que implementar escolas para formação de gestores na área cultural, que é outra coisa que faz muita falta. Nós estamos fazendo um investimento de dinheiro, mas estamos também criando condições para que os gestores e as gestoras se qualifiquem. Nós temos hoje uma geração inteira buscando oportunidade de trabalho nas áreas de cultura e arte. Sempre é uma área que adere muito à nova geração”.
DESAFIOS NO AMBIENTE DIGITAL
A ministra também falou sobre a cultura no meio digital.
Ela defendeu a necessidade de regulação e estruturação do setor.
- “Temos os desafios da geração no ambiente digital. Temos que fazer essas regulações, porque tudo isso nós estamos tratando de uma indústria. Para além de todas as dimensões que a cultura representa, da soberania, da nossa representatividade, dessa diversidade fantástica e de emprego de milhões e milhões de pessoas, que é o que, na verdade, acontece, tem também a dimensão de você estruturar o setor como uma indústria e é isso que nós estamos apostando”.
