Candidata denuncia favoritismo e pede saída de coordenadora do Miss Universe MS
Representante de Dourados, miss relata que a coordenação acatava ordens da vencedora durante o confinamento e aponta cobrança de valores por serviços não prestados
26 DEZ 2025 • POR TERO QUEIROZ • 21h34
A polêmica em torno da eleição do Miss Universe Mato Grosso do Sul ganhou um novo capítulo nesta 6ª feira (26.dez.25). Giovana Brandão, a candidata sul-mato-grossenses que disputou a coroa representando Dourados, quebrou o silêncio denunciando irregularidades na condução do concurso e posturas 'estranhas da coordenação'.
Embora o resultado tenha gerado debates acalorados nas redes sociais sobre a naturalidade da vencedora — Lauriane Pires, residente de Mato Grosso —, Giovana enfatizou que sua indignação não é direcionada à campeã, mas sim à coordenadora do evento, Jade Nunes.
Segundo a modelo douradense, a coordenadora teria desqualificado a beleza das mulheres do estado para justificar suas escolhas.
"A minha queixa é com a coordenadora Jade, que, em sua fala infeliz, colocou todas as misses naturais do estado como 'feias'", protestou Giovana, referindo-se a uma declaração de Jade Nunes dada à reportagem do TeatrineTV.
SUPOSTO FAVORITISMO
As candidatas finalistas do Miss Universe MS. Foto: Redes sociaisPara Brandão, o ambiente do concurso sugeria que o resultado já estava definido antes mesmo da final, o que teria tornado desnecessário o desgaste das outras participantes.
"Se ela era a 'carta marcada' como a melhor, então que houvesse uma aclamação e não um concurso envolvendo toda uma logística das participantes, patrocinadores envolvidos que acreditam em suas misses e, entre outros, desgastes emocionais", desabafou.
Giovana revelou situações de bastidores em que a hierarquia do evento parecia invertida. Segundo seu relato, a vencedora Lauriane Pires exercia influência direta sobre a organização durante o confinamento.
"Lauriane mandava e desmandava no cronograma. Quando não estava de acordo com alguma programação, ela sempre tinha uma opinião pronta, e a coordenação acatava imediatamente, como se o concurso estivesse à mercê dela", contou.
A candidata citou que o comportamento foi notado por outras pessoas, inclusive pela jurada e apresentadora Cris Barth.
"Todas as participantes estão de testemunha [...]. A mesma [Cris Barth] chamou atenção de forma conjunta, dizendo que a Miss não decide cronograma, e sim a organização", relembrou Giovana.
Apesar das críticas severas ao processo, Giovana sustentou ser contra os ataques de ódio que a vencedora vem sofrendo por não ser nascida em MS.
“Não tiro nenhum mérito da vencedora, ela tem potencial, beleza e capacidade para representar o estado", declarou. Ela acrescentou ainda que, embora a população não aceite o fato, jamais destilaria ódio ou preconceito contra Lauriane.
ACUSAÇÃO FINANCEIRA
Além das questões comportamentais, Giovana fez uma acusação envolvendo dinheiro e quebra de acordo comercial. A modelo alegou ter pago por uma publicidade que foi entregue pela organização apenas neste dia 26 de dezembro, cinco dias após o encerramento do concurso.
"A organizadora, a Jade, cobrou, através de ligação, um valor para que cada patrocinador meu fosse divulgado no concurso. O valor foi pago e foi divulgado apenas hoje", denunciou.
Diante dos fatos, Giovana informou que tomou medidas oficiais.
"Já comuniquei a organização do Miss Universe Brasil e pedi um prazo para que haja devolutiva", avisou ela, pedindo o afastamento da coordenadora Jade. "Jade não merece estar em uma coordenação do estado de Mato Grosso do Sul, já que ela disse, com todas as palavras, que nós sul-mato-grossenses não temos potencial", concluiu.
OUTRO LADO
Após as reportagens, Jade Nunes procurou o repórter do TeatrineTV pedindo que a matéria fosse excluída, o que foi negado. O jornalista ofereceu a ela a oportunidade de se retratar; porém, ela insistiu que queria que a matéria fosse apagada, recebendo nova negativa. Em todo caso, o espaço segue aberto para eventuais posicionamentos das partes citadas.
