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Artes Cênicas

Aniversariante, Campo Grande ganha 1ª "Opereta Pantaneira" nesta sexta-feira

Por TERO QUEIROZ • 26/08/2022 • 09:29

​Acontece às 20h desta sexta-feira (26.ago.22) — dia do aniversário de Campo Grande — a estréia da 1ª “Opereta Pantaneira” sul-mato-grossense, no Teatro Glauce Rocha, com entrada franca.

O espetáculo faz parte da programação da 15ª edição do Encontro com a Música Clássica, que teve início em 22 de agosto e encerra-se hoje, integrando as festividades do aniversário dos 123 anos de emancipação político-administrativa da Capital.

A realização é da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

Com texto e direção de Breno Moroni, a "Opereta" tem a parte musical comandada pelo maestro Eduardo Martinelli.

Segundo os realizadores, a "Opereta" retrata o bioma tendo por ponto de partida os mitos, lendas e “causos” que permeiam este território tão conhecido mundo afora. Para compor o enredo da trama são utilizados os recursos do teatro e da música de concerto, o que classifica o trabalho como uma opereta — um gênero mais curto e leve do que uma ópera original. Um convite ao público de se aproximar do universo das partituras, mesclando o erudito ao popular.

Breno Moroni, explicou que trata-se de um trabalho autoral com mais de uma década de existência. "Escrevi a peça há mais de dez anos, quando estava em Lisboa, Portugal. A ideia veio dessa vontade de falar do Pantanal de um modo que se a gente for apresentar no Japão, por exemplo, a pessoa vai entender, se encantar”, contou.

Para ele, a "Opereta" também é uma maneira de experimentar um dos muitos formatos do fazer teatral. “O teatro se manifesta de diversas formas e algumas são pouco experimentadas no Estado. A opereta é uma delas, razão que nos motiva a mergulhar neste trabalho”, opinou.

A apresentação contém arranjos autorais e terá a performance da Orquestra Sinfônica Municipal de Campo Grande. No palco, estarão 11 músicos, incluindo o maestro Eduardo Martinelli, que trocará a batuta (varinha curta com que os maestros regem as orquestras) pelo violão, para tocar ao lado dos colegas.

“Apenas a última música não é autoral. Todas as outras são criações autorais, desde as canções até as partes instrumentais”, revelou Martinelli. “O trabalho ganhou o formato de uma ópera que é contar uma história cantando. Antes disso, estava com uma cara de teatro musical, onde as canções ficavam em segundo plano. A parte da música se transformou e, agora, a orquestra é protagonista, assim como os três atores em cena", completou.

Como mostramos aqui no TeatrineTV, o tema desta 15ª edição do Encontro da Música Clássica é a "voz", devido a isso a trama da "Opereta" deu destaque especial ao elemento. Vamos lembrar que ao longo do 15º Encontro, a programação trouxe coros e solistas (cantores de ópera e popular). Ocorreu a apresentação de Tetê Espíndola no dia 25 de agosto, e haverá ainda uma homenagem a Delinha nesta sexta (26.ago).

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A Opereta terá os atores Fernando Lopes, Melissa Azevedo e Marta Cel, e a orquestra em cena. "Em meio ao texto e partituras, todos ganham seu papel cênico", explicam os realizadores.

O elenco terá seu percurso narrativo inspirado em gêneros musicais como Cururu do Pantanal, modas de viola caipira, músicas indígenas, andinas, guarânias paraguaias, que conduzem a trama onde os personagens contam e cantam histórias de amor, de terror, de magia e encantamento sob a imensidão do céu do Pantanal. A proposta diferenciada de apresentação que trouxe grande satisfação para a cantora lírica Melissa Azevedo. “Quando recebi, por mensagem, o convite do Martinelli, fiquei muito honrada, ainda mais cantar e atuar com a temática Pantanal, sob direção teatral de Breno Moroni”, afirmou ela que espera entregar o seu melhor ao público. “Os ensaios estão sendo gratificantes”, acrescentou.

Marta Cel diz que a "Opereta" é um trabalho encantador. "Recheado de ternura, folclore e ao mesmo tempo cômico, com reflexões implícitas. As lendas refletem a cultura de um povo e reverenciar o Pantanal é uma forma de evidenciar as novas gerações qual o caminho, futuro, que esse bioma merece”, analisou.

Para colocar essa empreitada no palco, foram horas de ensaios. “A música não é só trilha sonora, cada nota importa na nossa encenação. Em contrapartida, nós, atores, também ditamos o ritmo dos músicos em momentos pontuais do espetáculo. Nos 40 minutos de apresentação, é uma intensa troca entre todos do elenco”, detalhou Fernando Lopes.

A Opereta Pantaneira tem direção de cenografia de Haroldo Garay, figurino de Tiana Sousa, iluminação Luiz Sartomen e participação do bonequeiro Wilson Motta, que confeccionou um tuiuiú especialmente para o espetáculo.

“O repertório da obra mistura as influências da música regional e da música de concerto, especialmente composta por Eduardo Martinelli, Rodrigo Faleiros e Ivan Cruz. Além disso, temos em cena uma intérprete de libras, atriz, que é a Karem Martins, que tem figurino, encenação, faz uma lavadeira de beira de rio”, adiantou Breno Moroni.

A música é executada pela Orquestra Sinfônica de Campo Grande, com Gleison Ferreira e Fábio Canela (violinos); Emanuel Caramaschi (viola); Marcelo Gerônimo (violoncelo); Jorge Cáceres (contrabaixo); Phillip Andara (flauta); Gabriel Domingues (fagote); Eduardo Martinelli, Rodrigo Faleiros e Ivan Cruz (violão, viola caipira, viola de cocho, percussão e charango) e Maria Rita Oliveira (piano).

SERVIÇO

Estreia da Opereta Pantaneira - 15ª edição do Encontro com a Música Clássica
Data: sexta-feira, 26 de agosto de 2022
Horário: às 20h
Local: Teatro Glauce Rocha - Campo Grande
Entrada Franca
Vale lembrar, que apesar da entrada ser gratuita, estão sendo arrecadados alimentos não pericíveis na entreada do teatro, para auxiliar instituições carentes.

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Tags: #arte, #TeatrineTV, aniversário dos 123 anos, Campo Grande, CULTURA, Opereta, Sectur

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