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Artes Cênicas

Revolução: com 11 filhos para criar, Zequinha lança candidatura a Presidente

Zequinha e sua esposa brigam para sobreviver

Por TERO QUEIROZ • 24/02/2023 • 12:51

​O espetáculo teatral 'Revolução' terá duas sessões gratuitas às 19h desta 6ª.feira (24.fev) e no sábado (25.fev), no Sesc Cultura, na Avenida Afonso Pena, Centro de Campo Grande (MS). A classificação indicativa é a partir dos 12 anos.

Com a direção coletiva de integrantes do Teatral Grupo de Risco (TGR), a montagem estrelada por Ewerton Goulart, Fábio Umeda, Fernanda Kunzler e Yago Garcia, foi desenvolvida em cima de uma do texto “A Revolução na América do Sul” (de Augusto Boal). A adaptação do TGR tem 55 minutos de duração.

"Desenrola a história de um operário que busca melhoria de salário e ao conseguir é despedido de seu emprego. Zequinha Tapioca, também operário, tenta organizar uma revolução e se torna um dos candidatos à presidência da república", anuncia a sinópse.

Ainda segundo o texto, no país do protagonista é ano eleitoral. E se aproveitando disso, a montagem explora os conchavos políticos e midiáticos enquanto Zequinha e sua esposa brigam para sobreviver e criar 11 crianças.

"Disputa de poder. Miséria. Ganância. O retrato desastroso de uma pátria combalida e conspurcada”, continua. “Revolução, uma peça para rir, refletir e agir", completa.

A produção coletiva é assinada por Fernanda Kunzler. O cenário é feito por Márcia Gomes. Adereços e Figurinos foram produzidos de maneira coletiva pelo grupo. A arte visual e fotos são assinadas por Helton Perez, da empresa Vaca Azul.

O TEXTO ORIGINAL

A peça Revolução da América do Sul foi escrita por Augusto Boal e dirigida por José Renato no ano de 1960. A dramaturgia da peça revela uma forma épica de se fazer teatro no Brasil e Boal revela ter sido influenciado por Brecht ao escrevê-la. O protagonismo da peça é dado à classe operária, com a figura do José da Silva. As questões sociais emergentes no Brasil são colocadas no palco do Teatro de Arena em São Paulo.

Para a pesquisadora Iná Camargo Costa a peça é a primeira do teatro épico no Brasil. Ela também ressalta as características de agitprop da peça contando que depois uma cena da mesma seria utilizada pelo CPC da UNE:

"O reconhecimento de que Revolução na América do Sul tem características de agitprop aconteceu de modo mais ou menos imediato. Uma das cenas da peça expõe a presença do imperialismo na vida cotidiana dos trabalhadores brasileiros e por isso foi incorporada ao repertório dos grupos do Centro Popular de Cultura (CPC) – a nossa agência mais conhecida de agitprop no início dos anos 1960. Esta cena pode ser classificada como peça de agitação, até porque adquiriu vida própria". (COSTA, Iná Camargo. Agitprop e Teatro do Oprimido)

Posteriormente a Revolução da América do Sul foi adaptada e dirigida por Boal na Argentina recebendo o nome “Ay! Ay! No hay Cristo que aguante, no hay!” e encenada pelo Grupo El Manchete no ano de 1973, treze anos após a sua estreia no Brasil. E também montada na Alemanha com o título de  “Revolution auf südamerikanisch” no Atlantic-Theater em outubro de 1981.

O TGR

O Teatral Grupo de Risco tem 35 anos de atividades ininterruptas em Mato Grosso do Sul. Criado em 1988, também é um dos grupos teatrais mais antigos em Campo Grande.

Em sua trajetória, o coletivo montou mais de trinta espetáculos, entre títulos adultos, infantis e bonecos, e documentários. Além disso, tem em seu portifólio a realização de 15 projetos culturais sobre meio ambiente, violência contra a mulher, prevenção e saúde para populações de baixa renda, assentamentos rurais e juventude da periferia. Alguns destes trabalhos são reconhecidos nacionalmente como projetos modelos, tais como Prevenindo com Arte e Mulheres em Cena, ambos financiados pela UNESCO e Ministério da Saúde.

O TGR já representou Mato Grosso do Sul e recebeu vários prêmios em festivais nacionais.

Seus espetáculos costumam extrapolar os limites geográficos do país, sendo que já estiveram em palcos e ruas de outros países da América do Sul, como Chile, Argentina, Bolívia e Paraguai.

SERVIÇO

O SESC Cultura fica na Av. Afonso Pena, 2270 - Centro, Campo Grande. A apresentação está marcada para ocorrer no átrio do Sesc. É preciso chegar com atencedência para garantir uma vaga.

Informações adicionais pelo telefone (67) 3311-4300 ou pelo WhatsApp (67) 3311-4417.


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