A 1ª edição da mostra United Dance aconteceu na noite do sábado e domingo (13 e 14 de maio), no Teatro Glauce Rocha, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ( UFMS), em Campo Grande (MS).

O evento, em ambos os dias, foi regado a muito luxo. Na noite do sábado (13.mai), em frente ao teatro, haviam carros de alta padrão da Audi AG, empresa automobilística alemã que faz parte do grupo Volkswagen, destacados pela iluminação com promoção dos veículos. A cena era considerado um apoio inusitado pela plateia que frequenta eventos culturais na Capital sul-mato-grossense.

Grandes canhões de iluminação chamavam atenção para a fachada do Teatro Glauce Rocha. Na portaria, haviam recepcionistas trajadas a caráter, colocando pulseirinhas nos braços de quem pretendia ocupar o hall, local ambientado por painéis de LED com a logo da mostra e referências a mais anunciantes.  

Após receber a pulseirinha de acesso, a reportagem do TeatrineTV adentrou o teatro, onde centenas de pessoas aguardavam o início das apresentações na noite do sábado. 

Como mostramos aqui, para o 1º dia estavam programadas apresentações da Cias de Dança do Pantanal e Dançurbana. No 2º dia (14.mai), ocorreram as apresentações da Cia Selma Azambuja e Sôma Cia de Dança. Fizemos a cobertura fotojornalística das quatro apresentações e iremos disponibilizar na Galeria do TeatrineTV.

IDEALIZADORES

Idealizada pelos dançarinos e produtores culturais Rafael Fornazare e Márcio Elias, como o próprio nome sugere, a mostra objetiva unir a classe artística da dança sul-mato-grossense, para assim alcançarem políticas públicas em prol da classe e provocar impactos nacionais.    

“A ideia do evento é unir a classe artística da dança, mas principalmente valorizar os bailarinos, valorizar o artista com um bom cachê, com uma alimentação de qualidade, tratando-os muito bem e a ideia do evento é nas próximas edições trazer mais companhias reforçando a união e chamar a atenção, transformando essa numa mostra com impacto nacional”, apontou Fornazare, em entrevista ao TeatrineTV, na noite do domingo (14.mai), ao final do 2º dia de apresentações.

“Estamos batalhando para fazer esse evento chegar a nível Brasil. Sempre gratuito, nada de cobrar, porque tem que ser gratuito. Arte salva e cura pessoas”, resumiu Márcio Elias.   

Nesse primeiro momento, conforme Fornazare, o objetivo da mostra foi atingido. “Sentimos uma conexão entre os bailarinos até nas oficinas que teve no projeto, porque acredito que estávamos muito cada um vivendo seu mundo, mas acredito que se nos unirmos podemos fazer a dança desse estado chegar em um novo lugar”, analisou. 

Conforme Fornazare, desta vez as quatro cias foram convidadas, mas não será assim numa próxima edição. “Pretendemos abrir inscrições, tudo gratuito para companhias que queiram participar na próxima edição”, adiantou.    

O projeto foi contemplado com R$ 191.170,41 do Fundo de Investimentos Culturais (FIC) de 2021, promovido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). A íntegra. A ideia, segundo os organizadores, é proporcionar uma mostra de alto padrão, evitando competições e que as cias participantes sejam onerados. 

“O projeto quer ser sempre gratuito. Oficina e inscrição sempre gratuitas. Nós não queremos que seja uma competição futuramente”, explicou Fornazare. “Concordo com o Rafa, porque essa questão da competição acaba ferindo o bailarino. No sentido de que ele tem que pagar uma inscrição, tem que pagar para mandar o vídeo, tem que pagar para se apresentar, tem que pagar tudo e aí no final as vezes ela até ganha lá o primeiro, segundo lugar, mas ele não tem um retorno financeiro”, complementou Márcio Elias. 

O formato da mostra, segundo Márcio mira: “Valorizar, pagar cachê adequado para a companhia, dar um catering de qualidade, mimos para todos que estão aqui se empenhando, assim a gente consegue unir forças, porque temos que pensar não só na Cia Selma Azambuja, que é a que a gente atua, mas nos outros artistas que também são muitos bons e estão aqui nesse seleiro que é Campo Grande”, considerou. 

Para a próxima edição, já na abertura da mostra, um vídeo confirmou a presença de uma das maiores bailarinas do mundo, vencedora do Prix Benois de la Danse de 2022, prêmio considerado o “Oscar” da dança.  “A nossa ideia é trazer companhias de fora, como nós anunciamos aqui antes, na próxima edição queremos trazer Debora Colcker, com sua companhia renomada em todo o mundo”, enfatizou Fornazare.

Para a dupla de produtores, a movimentação e mostra de união da classe provocará o surgimento de políticas públicas de valorização a dança.  “Eu acredito que o futuro da dança vá melhorar. Temos leis que estão surgindo, esse pensamento mais voltado para dança. Hoje ainda não temos aqui em Mato Grosso do Sul, leis voltadas para a dança, mas acredito que conseguimos construir por meio desses projetos uma provocação ao órgão público para que enxerguem que precisamos de um edital volta a isso. Tenho uma esperança de que quanto mais produzirmos, mais rápido chegara esse futuro”, finalizou Fornazare.   

Além a FCMS, apoiaram o 1º United Dance as empresas D’arte Produções, Bolt Realizações, Neo Esporte, Audi, Sesc, Casa Designer, Padoca do Enaldo e Autocred.