O Coletivo Enegrecer completa 7 anos de atuação em 2025 com um novo projeto que une arte, educação e ancestralidade.
Fundado em 2019 por Érika Pedraza, o grupo atualmente é formado por 14 artistas negros sul-mato-grossenses.
Desde sua criação, o coletivo promove a valorização e o resgate da memória de artistas pretos, ocupando espaços culturais historicamente embranquecidos.
Neste ano de celebração, o coletivo desenvolve o projeto Afirmar e Resistir: Enegrecendo os Espaços, com apoio da Lei Paulo Gustavo.
A proposta prevê oficinas e rodas de conversa em comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul.
As ações de 2025 acontecerão em duas escolas da rede pública: na comunidade Boa Sorte, em Corguinho (15 de agosto), e em Águas de Miranda, em Bonito (20 de agosto).
Durante as visitas, os artistas realizarão atividades com alunos do ensino fundamental, promovendo trocas sobre arte e identidade.
A programação também inclui uma exposição coletiva em Campo Grande, com trabalhos dos integrantes do coletivo.
Estudantes das comunidades quilombolas participarão de visitas mediadas à mostra, com foco na valorização da arte negra local.
O início simbólico do projeto será marcado por uma ação de pintura ao vivo no dia 8 de junho, durante a Feira Bolívia, em Campo Grande.
Érika Pedraza, idealizadora do Coletivo Enegrecer, explicou que a escolha das comunidades envolvidas segue o objetivo de atuação ampla no estado. “Não tivemos critérios na escolha dos quilombos, temos o intuito de passar por todos os quilombos de MS. Passamos pelo Tia Eva, Furnas do Dionísio no primeiro projeto LPG Sectur. Agora no LPG Estadual escolhemos Águas de Miranda e Boa Sorte".
As ações de 2024, realizadas durante a primeira edição do projeto, ocorreram nas comunidades Tia Eva e Furnas do Dionísio, ambas em Campo Grande.
Naquele ano, o coletivo promoveu palestras entre os dias 6 e 20 de agosto, visitas guiadas nos dias 27 e 28, e oficinas de arte, teatro e desenho entre 12 e 19 de setembro. Naquele ano a exposição foi inaugurada em 9 de agosto no Teatro do Mundo, onde ficou em cartaz até 9 de setembro.
Érika reforçou a dimensão formativa da proposta. "Nós do Coletivo Enegrecer, compreendemos a importância de criar conexões com os quilombos na busca por ancestralidade e na missão da ARTE educação em movimento, levando oficinas aos quilombos e mostrando sobre arte contemporânea negra de Campo Grande aos alunos através das palestras dos integrantes do coletivo".
Ela afirmou que o novo ciclo representa uma continuidade com novos desafios: "Estamos muito animados com o segundo projeto contemplado pelo coletivo. Temos certeza que serão experiências únicas".
A edição do projeto em 2025 foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo, no edital para Demais Áreas Culturais, com recursos de R$ 75 mil do Ministério da Cultura (MinC), gerenciados pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) — a íntegra. “É de extrema importância esses fomentos, pois somos um coletivo cujos integrantes 'não vivem de arte' e temos ainda muita dificuldade financeira de investir no nosso trabalho artístico. Para continuarmos, é de imensa ajuda essas verbas. Pois temos suporte desde a compra dos materiais de arte até os gastos da abertura de exposição. Temos a ajuda financeira somente da LPG", pontuou Érika.
Ela concluiu apontando que os sete anos de atuação e as aprovação em editais tão concorridos, reforçam o compromisso do coletivo com sua missão de provocar, inspirar e resistir por meio da arte feita por mãos negras no coração do Centro-Oeste.