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CURTA CAMPO GRANDE

Festival de cinema abre 2ª edição com filmes premiados em Cannes e RJ

A abertura une cinema e música, apresenta jovens cineastas e promove debates e oficinas para fortalecer o audiovisual local

Por TERO QUEIROZ • 11/11/2025 • 12:04
Imagem principal A Fera do Mangue é um dos filmes que serão exibidos no Festival Curta Campo Grande MS.

A 2ª edição do Festival Curta Campo Grande inaugura oficialmente sua programação na 4ª feira (12.nov.25), às 19h30, na Associação Cultural Teatro do Mundo, com uma seleção de filmes que aglutinam experimentação, diversidade e aprendizado.

A sessão de abertura exibe a coleção “Directors’ Factory Ceará Brasil”, composta por quatro curtas-metragens desenvolvidos por jovens cineastas brasileiros em parceria com diretores estrangeiros. O projeto é resultado de um programa de mentoria internacional que vem projetando novas vozes do audiovisual nacional em circuitos de prestígio.

Os filmes estrearam na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2025, e representam uma geração que olha para o país com sensibilidade contemporânea e narrativa autoral. Entre os destaques estão “Fera do Mangue”, dirigido por uma mulher indígena cearense em colaboração com um cineasta israelense, e “Ponto Cego”, premiado recentemente no Festival do Rio.

O Directors' Factory Ceará Brasil, programa dedicado à formação e internacionalização de jovens realizadores, apresenta no Cine Ceará uma coletânea de quatro curtas-metragens, após abrir a Quinzena de Cineastas em Cannes. Realizado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura, o projeto reúne o Museu da Imagem e do Som do Ceará e a Escola Porto Iracema das Artes, com parceria do Instituto Mirante, Instituto Dragão do Mar e apoio do Projeto Paradiso. A produção é da Cinema Inflamável e DW, em colaboração com produtoras cearenses.A Fera do Mangue Ficção | 14 min | Brasil/França | 2025 Direção: Wara (Ceará) e Sivan Noam Shimon (Israel) O curta apresenta uma narrativa mítica sobre resistência e vingança. Em um tempo em que um homem detinha poderes ilimitados, uma de suas vítimas desperta uma força ancestral, dando origem a uma criatura que cavalga sobre as águas do mangue, simbolizando a libertação e a fúria feminina.A Vaqueira, A Dançarina e O Porco Ficção | 15 min | Brasil/França | 2025 Direção: Stella Carneiro (Alagoas) e Ary Zara (Portugal) Em um cenário que mistura faroeste e surrealismo, uma cowgirl trans tenta resgatar sua amante, uma dançarina negra, das mãos de um patrão cruel. O que começa como uma fuga por amor se transforma em uma história de sangue, resistência e solidariedade, marcada por estética vibrante e crítica social.Ponto Cego Ficção | 19 min | Brasil/França | 2025 Direção: Luciana Vieira (Ceará) e Marcel Beltrán (Cuba) A trama acompanha Marta, engenheira responsável pelo sistema de câmeras de segurança no porto de Fortaleza. Entre imagens e silêncios, ela enfrenta a invisibilidade imposta às mulheres em ambientes dominados por homens. O curta reflete sobre vigilância, poder e a busca por voz em meio ao anonimato.Como Ler o Vento Ficção | 14 min | Brasil/França | 2025 Direção: Bernardo Ale Abinader (Amazonas) e Sharon Hakim (França) No interior amazônico, uma curandeira chamada Cássia prepara sua aprendiz, Marjorie, para herdar seus saberes tradicionais. O filme explora o elo entre mestre e discípula, a passagem de conhecimento ancestral e o equilíbrio entre fé e natureza.

Para Dannon Lacerda, idealizador e diretor geral do festival, abrir a ação artístico-cultural de cinema com obras nascidas de processos colaborativos é um gesto simbólico e estratégico.

“Conheci o projeto por meio do amigo e cineasta Karim Aïnouz e imediatamente reconheci a força da proposta”, apontou o diretor do festival.

Ainda segundo Dannon, programas de intercâmbio e mentoria são fundamentais para o aprimoramento artístico e técnico de realizadores, sobretudo quando contam com apoio institucional, como no caso de Fortaleza.

"Abrir o festival com essas obras é uma forma de destacar um modelo eficaz de difusão e internacionalização do curta-metragem brasileiro. É importante lembrar que esses filmes estrearam na Semana dos Realizadores, durante o Festival de Cannes 2025, e que Ponto Cego recebeu recentemente um prêmio no Festival do Rio. Cabe destacar, ainda, que Fera do Mangue é dirigido por uma mulher indígena cearense, em parceria com um diretor de Israel, o que demonstra a importância da diversidade, marca do nosso Festival desde a primeira edição”, reforçou.  

CINEMA/ENCONTRO

A noite de abertura, segundo o realizador, marca uma celebração do cinema como espaço de encontro e partilha. Dannon destacou o valor de trazer experiências formativas ao público local e como isso contribui para o fortalecimento da cena regional.

“Realizar um festival é um trabalho intenso, mas nossa equipe sempre acreditou no projeto pela importância que ele tem para o audiovisual de Mato Grosso do Sul. Como diretor, poderia concentrar-me apenas nos meus filmes, mas sinto que preciso contribuir com o ambiente onde construí parte da minha trajetória. Trazer obras de diferentes regiões e perspectivas amplia a formação de público e estimula os cineastas locais a expandirem seus próprios horizontes criativos e profissionais", argumentou. 

INTERCÂMBIO E FORMAÇÃO

O diretor destaca que o festival pretende se consolidar como uma plataforma de trocas e aprendizado contínuo, conectando realizadores sul-mato-grossenses a redes nacionais e internacionais de cinema.

“Exibir curtas contemporâneos produzidos em diferentes partes do Brasil já é, por si só, uma forma de promover intercâmbio e atualizar repertórios. Nosso compromisso é atuar localmente sem perder de vista o que está acontecendo no país e no mundo. Programas como o Directors’ Factory Ceará demonstram como iniciativas estruturadas podem impulsionar o desenvolvimento dos profissionais e aumentar a projeção do audiovisual sul-mato-grossense. Para avançarmos como setor, precisamos ir além do incentivo à produção: é fundamental investir em formação continuada e em programas que promovam trocas em áreas como roteiro, direção, fotografia, montagem e toda cadeia produtiva do audiovisual”.

ARTE, MÚSICA E PARCERIAS

A noite de estreia também contará com a apresentação da cantora Luciana Fisher, objetivando unir cinema e música em uma atmosfera de celebração artístico-cultural.

A 2ª edição do  Festival Curta Campo Grande é uma realização da Corixo Produções e conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, com execução da Prefeitura Municipal de Campo Grande, via Fundação Municipal de Cultura (Fundac).

O festival tem ainda o apoio da Fundação de Turismo de MS, da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e do Paradiso Multiplica, além de parcerias com Aliança Francesa, Capivas Cervejaria, TransCine – Cinema em Trânsito, Festival Curta Cinema e Casa de Ensaio.

Os filmes e a programação completa podem ser conferidos clicando no banner no topo do site, ou diretor no site do festival: https://www.festivalcurtacampogrande.com/


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