Em estrebuchada (violenta) reviravolta Álex Pina colocou abaixo os planos do Professor. E o comando agora é da polícia. Em sua terceira temporada, a série espanhola "La Casa de Papel" leva o grupo de anti-heróis para dentro do Banco da Espanha, tal como os as demais temporadas eu assisti TUDO DE UMA VEZ! Sim, o ritmo é o mesmo, as interpretações são melhores em Nairobi (Alba Flores), que ganha profundidade dramática em decorrência do seu passado. [caption id="attachment_908" align="alignnone" width="750"] Professor, Berlim e Parlermo em La Casa de Papel. [/caption] Professor (Álvaro Morte), segue dando um show de trejeitos e sensibilidade na composição do já sacramentado "pai dali's" e também a novidade é para o espaço de reflexão social que desenvolve Helsinki (Darko Peric), que aborda sua sexualidade. A trama muita bem amarrada se dá mais uma vez pela voz de Tokio (Úrsula Corberó), que tomada pelo desejo de sair da mesmice de estar vivendo ha dois anos em uma ilha paradisíaca com Rio (Miguel Herrán), vai para uma cidade próxima, bebe umas, dança "para se lembrar de como é estar viva", segundo as motivações de sua personagem. Rio, por sua vez, é abandonado na ilha, mas para manter-se em contato com a amada, decide entregá-la um aparelho de telefone "não rastreável", desse modo eles poderiam se falar ao final da tarde, de três em três dias. No entanto, o plano é desmantelado após a polícia identificar a localização do casal, dando início as perseguições que terminam na prisão de Rio. O amado de Tókio é levado para a CIA, onde é interrogado e torturado. Sem saída, Tókio decide procurar o professor, reunir o grupo para então pressionarem a polícia a devolver o colega. A série tem tom tímido de ação, mas profundidade reflexiva. Isso porque, são abordados agora dentro da narrativa as "Fake News", que são usadas pela polícia, com intuito de desarticular uma "carta" do professor. Também fica mais forte a discussão sobre gênero e liderança feminina. A narrativa também se apóia na pergunta "O que é o amor"? E dessa forma Alex Pina entrega mais uma vez uma material de extrema eficácia comercial e também artística. As cenas em "La Casa de Papel" são de encher os olhos. Ainda tem um detalhe super bonito, ao falar do Brasil, o carinho de Alex é refletido através da interpretação de Neymar JR: isso mesmo, o jogador desenvolve João, um monge que fala sobre o amor ao futebol brasileiro. PONTO FORTE [caption id="attachment_899" align="alignnone" width="780"] Foto: Netflix[/caption] As interpretações de Darko Peric, o Helsinki , que dá um show de sensibilidade ao criar um personagem gay, com um bom gosto apurado na escolha de como isso seria passado ao público. [caption id="attachment_901" align="alignnone" width="750"] Rodrigo já foi indicado como 'melhor ator' ao prêmio British Academy Film Awards. [/caption] Vale ressaltar a brilhante interpretação de Rodrigo De la Serna, o Palermo, que assume a liderança do grupo, ele é engenheiro e Palermo tem passado de ligação com Berlim. É Palermo quem coloca a sexualidade de Helsinki em pauta e ele também que funciona como uma espécie de ignição narrativa, fazendo as histórias girarem ao seu redor. PONTO FRACO [caption id="attachment_903" align="alignnone" width="631"] A atriz Úrsula Corberó, em La Casa de Papel. Reprodução/Netflix [/caption] Úrsula Corberó, a querida Tókio, não desenvolve um papel tão preciso nessa terceira fase. A atriz perpassa várias tentativas de uma boa cena, mas nenhuma delas acontece. [caption id="attachment_905" align="alignnone" width="590"] Inspetora participa de ação em novo roubo. [/caption] O prêmio é jogado nas mãos da Inspetora, Raquel Murilo (Itzier Ituño), que executa cenas de extrema precisão, no entanto também não chega lá. CONCLUSÃO Das interpretações dos novos atores, apenas Rodrigo De la Serna se destaca. [caption id="attachment_906" align="alignnone" width="750"] A atriz durante show em Madri. [/caption] Já a oposição aos criminosos, a Alicia Sierra, que está grávida, cheia de mistérios entra na narrativa como torturadora, desenvolve um papel dificílimo, mas essa culpa não é da atriz, o papel entregue a Najwa Nimri, vem carregado de trejeitos e difícil composição, cheio de informações o que suja as suas cenas mais belas. [caption id="attachment_909" align="alignnone" width="675"] Alicia Sierra, personagem de La Casa de Papel. [/caption] O sarcástico em excesso entregues as falas da personagem também contribuem para uma flacidez na interpretação. O jogo entre o Professor e Alicia é bastante engessado, sem fluidez, entra em cena novamente a maravilhosa Raquel Murilo, mas dessa vez nem mesmo ela consegue salvar as cenas. No geral, Pina entrega uma série ótima, cheia de contextos e com abertura para muitas outras temporadas. Assistam colegas. Bjs luz... Até a próxima, vou falar sobre Bacurau amanhã.
Audiovisual
La Casa de Papel sob o comando dos enganados - crítica 3ª temporada
Por TERO QUEIROZ • 29/08/2019 • 13:58