Os filmes da Mostra Itinerante Cinema de Sala ocupam as praças e transformam a rua em cinema, levando produções locais e experiências coletivas ao ar livre. Fotos: Divulgação
A Mostra Itinerante Cinema de Sala exibe, de 15 a 24 de janeiro, onze filmes selecionados para essa edição de 2026, que terão exibições em dez praças públicas, abrangendo as cidades de Corumbá e Ladário, no Brasil, e cruzando a fronteira até Puerto Quijarro, na Bolívia.
O projeto é um desdobramento de um trabalho iniciado há 27 anos por Salim Haqzan. "Eu comecei a fazer exibições em Corumbá em 1998, numa televisão dentro de uma casa de cultura. E dali em diante comecei a me interessar mais, sempre fui do cinema", relembrou Salim, destacando que o projeto expandiu suas fronteiras gradualmente, chegando às escolas e na "área rural da cidade, pantanalzão mesmo".
Nesta edição, com financiamento da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), a mostra aposta na excelência técnica para transformar praças em cinemas a céu aberto. Para isso, Salim disse que fez u grande investimento em tecnologia para garantir que a experiência estética das obras não se perca no ambiente externo. "Vamos para a rua com uma estrutura bacana, um som de alta qualidade, com uma projeção boa e cadeiras confortáveis", adiantou o idealizador.
Os filmes que serão exibidos devem ser àqueles que narram o Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, a curadoria priorizou obras que dialogam com a realidade do estado, buscando apresentar ao público a força da indústria criativa local. Segundo Salim, o foco do edital foi claro: "A gente queria dar oportunidade para os filmes que são feitos aqui no Mato Grosso do Sul, principalmente com esses filmes com captação de recurso público. A ideia era essa, mostrar para as pessoas que a gente tem produzido muitas coisas bacanas aqui no estado", explicou.
SALVAGUARDA DO CINEMA DE RUA
Salim, à esquerda, segurando uma placa do seu trabalho de salvaguarda do Cinema de Rua na Cidade Branca. Foto: ReproduçãoA escolha de Corumbá como epicentro da mostra não foi aleatória. A cidade possui um histórico robusto de exibição, cenário que sofreu um declínio nas últimas décadas. "Corumbá é uma cidade que já teve seis cinemas funcionando simultaneamente. Hoje a gente tem um cinema que voltou agora, não tem nem seis meses", pontuou Salim. Ele observou que, devido a esse hiato, parte do público encontra-se "totalmente desatualizada desse movimento".
Para além da tela, a Mostra Itinerante pretende reativar a dimensão social do cinema: o encontro. As sessões contarão com a mediação do ator Breno Moroni e debates pós-exibição.
Para Salim, a ocupação do espaço público é fundamental para essa reconexão humana: "Levar para a praça, para a rua, vai ser bem bacana. [Para as pessoas] perceberem os sentimentos, as expressões das outras pessoas que assistem. É muito bacana essa troca", completou.
SERVIÇO E PROGRAMAÇÃO
A programação inclui obras premiadas e estreias regionais, como o curta-metragem "A Última Porteira", de Rodrigo Rezende, além de curtas experimentais e infantis. A ação artístico-cultural é realizada com recursos do Ministério da Cultura (Governo Federal) e execução da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
Veja a lista de filmes que serão exibidos na Mostra Cinema de Sala:
Ficção
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A Última Porteira (25 min)
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Olhos Fechados (20 min)
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Les Garçons (30 min)
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Sebastian (13 min)
Documentário
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Arteiro (13 min)
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Gastronomia Fronteiriça – Influência Boliviana (5 min)
Infantil e Videoclipe
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+ Forte (6 min)
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Monges e Vândalos (5 min)
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Morte – Quinta-feira 12 (5 min)
Literatura e Experimental
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Trechos e Textos (5 min)
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Pós-Alinhamento

















