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COLETIVO DE MÃES

Feira 'Madre Loca' realiza edição de Dia das Mães na Plataforma Cultural

Com produtos diversificados, feira oferece atrações e espaço seguro para mães com filhos pequenos

Por TERO QUEIROZ • 09/05/2024 • 12:10
Imagem principal Mães são protagonistas e impulsionam Economia Criativa na Capital sul-mato-grossense. Foto: Reprodução

O Coletivo de Mães realiza a 1ª Feira Madre Loca a partir das 18h de 10 de maio na Plataforma Cultural, localizada na Avenida Calógeras, 3015, no Centro de Campo Grande (MS). Acesse a programação no final do texto.  

Essa edição é dedicada ao Dia das Mães. “Eu espero que muitas mães compareçam com seus filhos, né? Mães compareçam com suas mães, porque a feira é voltada para a compra do presente do Dia das Mães, escolhemos uma data véspera do Dia das Mães, é bem específico assim, então a maioria dos produtos são femininos”, introduziu uma das organizadoras da feira, a artista visual e produtora cultural Erika Souza Pedraza.

A feira, segundo Érika, surgiu a partir do Coletivo de Mães que nasceu em 2015, em meio à adversidade de gerenciar maternidade e o trabalho na Economia Criativa. “O coletivo foi formado em 2015, né? Eu e uma artista chamada Pri Mecenas, Priscila Mecenas. E nós duas estávamos produzindo bastante, sabe? Pintando camisetas, ecobags, querendo feiras. Olhando para a feira de arte como uma oportunidade de fazer vendas e nós duas estávamos com bebê de colo na época, eu com Pablo e ela com o neném dela também, mãe de três. E nós resolvemos nos unir para tentar colar nas feiras... A gente participou da Feira do Vagão que tinha onde é hoje a Maria Fumaça, não tinha a Maria Fumaça e tinha um vagão ali, e tinha um mano que fazia uma feira ali, era bem legal. A gente participou também daquele do Jivago, quando ele tentou fazer aquele movimento na rodoviária velha. A gente participou dessas duas edições de feiras e depois a gente deu uma desanimada, ficou só produzindo, fazendo encomendas, porque tem muito gasto só ir para feiras..., e a gente desanimou um pouco. Aí em 2020 eu reuni com outras mulheres, depois dessa pausa – 2016 até 2020 – aí a gente retomou o projeto com outras pessoas, com outros artistas”, lembrou.

Apesar das ações da Madre Loca já serem conhecidas, Erika explicou a singularidade dessa edição: “A gente sempre quis fazer parte, fazer uma exposição ali na Plataforma; ou em outras feiras também, outros lugares, uma feira só nossa. A gente sempre está participando das outras feiras, mas queríamos fazer uma feira nossa. As nossas feiras sempre aconteceram no Laricas Cultural, aí quando o Laricas fechou a gente ficou meio perdidas. Estamos participando do Ziriguidum, só que a gente tinha essa vontade de fazer essa feira e a Plataforma abriu para a gente. A gente acha o espaço ali, Central, bem localizado das pessoas chegarem, né? Conseguirem se locomover até lá, acessível, né?”.

Uma das Roda de conversa sobre sobre violência doméstica realizada durante uma das edições da Feira Madre Loca. Foto: ArquivoUma das roda de conversa sobre sobre violência doméstica realizada durante uma das edições da Feira Madre Loca. Foto: Arquivo

A força do empreendedorismo será pautada no encontro numa roda de conversa liderada por mulheres visionárias, que irão discutir os desafios e compartilhar experiências no mercado. “Eu escolhi as mulheres da roda de conversa: a Luanna, a Rosane e Rafaela Jolin, porque são mulheres que estão tendo sucesso com empreendedorismo feminino. São exemplos, são pessoas que estão conseguindo progredir nessa área. Então a gente precisa de pessoas que deram certo para serem inspirações para as outras, para falar de suas experiências, para dar dicas sobre esses movimentos de feiras, brechós e economia criativa”, apontou Erika.

Além das inspiradoras discussões, os visitantes poderão desfrutar de uma programação diversificada, que inclui apresentações de poesia, dança do ventre com a maioria das atrações voltadas para as crianças.  “Levem as crianças! Vai ter apresentação da Preta Princesa, que ela faz Contação de História africana, com musicalidade africana, ela deixa o filho dela participar, ele toca pandeiro, a coisa mais linda. E temos a Joice que é do Chave Mágica, ela vai estar com Pocket Show ‘Corre Cotia’. Ela vai brincar um pouco com as crianças, também vai ter um momento bem legal, bem gostoso. Então, espero que tenham um público infantil, que levem as crianças, para a gente mostrar que ali é um ambiente onde você pode ir com seu filho, sua filha, que será bem recebido. Tivemos alguns exemplos na cidade de mães que foram boicotadas de eventos, agora, no teatro, mas nós somos uma feira acolhedoras de mãos”, convocou.

Na área de vendas, dezenas de brechós oferecerão uma variedade de produtos, desde artesanatos e bijuterias até vestuário, sabonetes e itens esotéricos, proporcionando uma experiência única de compra. Erika detalhou que não existe um critério de seleção exigente para integrar a feira. “Eu fui chamando, fui vendo quem queria participar, inclusive tem bastante brechó. Para dar uma oportunidade mesmo, para a gente tem uma primeira feira, primeiro encontro, mas foi fluindo, não foi algo que controlei, sabe: ‘ai, duas de sabonete, duas de brechó, duas de brinco’, não! Eu fui deixando participar mesmo, porque eu acho que ali o espaço é grande, só deixei uma limitação de não passar de 25 expositores, temos 6 na alimentação e 23, 25 ali naquela entrada ali onde tem o telhado, né? Mas eu acho interessante ter o mesmo produto, inclusive, para elas se comunicarem: saber valor de mercado, conversar sobre o produto, conversar sobre como tá o mercado. É interessante esses encontros, não ter só coisas diferentes, ter alguns produtos iguais também, eu acho que é válido”, argumentou.

Com entrada franca, a feira é uma novidade protagonizada exclusivamente por mães. “A Madre Loca é mais uma feira na cidade, espero que ela tenha a força de continuar. De princípio eu pretendo fazer só duas, uma agora no começo do ano, e outra lá no Dia das Crianças. São as duas datas, né? Dia das Mães e Dia das Crianças, mas dá para pensar, dá para modelar, diminuir, fazer mais vezes. Vou pensar!”, revelou Erika.

Um objetivo importante para as realizadoras é oferecer um espaço seguro para a presença de mães e filhos pequenos para as crianças interagirem com o local. “A gente tem uma troca muito forte, né? Porque quando a gente tá num evento, uma está cuidando do filho da outra, geralmente a gente leva as crianças, não tem com quem deixar, então a gente leva. Nossa feira é uma feira superfamília. Quando tem alguém cantando as crianças às vezes estão no palco brincando. Não tem esse julgamento que teria em outros eventos: aí o filho da menina lá ficou dando trabalho. Não, porque o meu também tá dando [trabalho], então, uma compreende a outra, assim. É bem curiosa a nossa feira de [as crianças] estarem circulando sempre, sabe? Eu acho isso bem interessante, bem gostoso de ver. A gente sente assim, um cuidado, uma com o filho da outra e uma com o filho da outra também. A gente tem um afeto. As crianças tiveram vários momentos juntos, brincam juntos, nossos filhos já se conhecem por conta da feira”, detalhou.

O espaço de realização do evento também é celebrado pela produtora. “Eu acho a Plataforma Cultural um local super acessível, porque tem ônibus ali perto, é Centro, tem a Feira Central, às vezes a pessoa vai na feira e passa na sua feira também, tem diferentes públicos, barzinho ali perto com uma galera mais jovem, pode ir uma galera família também. Então, eu espero vários tipos de públicos.  Eu sou uma pessoa meio comunicativa e bastante conhecida, eu tenho vários tipos de amizades, e espero que apareça um público bem diverso, a gente tem que se unir”, defendeu. 

PERSPECTIVA DA MÃE FEIRANTE

Nascida em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, Erika Pedraza se formou em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do sul e há 10 anos seus trabalhos transbordam através dos muros da periferia, prédios centrais e exposições regionaNascida em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, Erika Pedraza se formou em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do sul e há 13 anos seus trabalhos transbordam através dos muros da periferia, prédios centrais e exposições regionais, nacionais e até internacional. Foto: Arquivo

Erika compartilhou que, para além do desafio de ser artista, ser feirante mulher e mãe requer alta resiliência.  “Nós somos um coletivo de mães, né? Então, nós temos nossos dilemas, nossos desafios voltados para a maternidade. Então, às vezes tem tudo marcado para uma feira e aí o filho fica doente, ou então babá desmarca, ou não tem com quem deixar, às vezes não tem como vir. Então, temos assim esses dilemas maternos, imprevistos que acontecem às vezes com os nossos filhos e o financeiro, né? Às vezes a pessoa não tá conseguindo vender o suficiente para estar comparecendo nos eventos, mas a gente tá tentando progredir, fazer o melhor para que elas consigam se manter e ter lucros em nossas feiras”.

Para a produtora da Madre Loca, o estímulo para a adesão de produtos artesanais seriam uma solução positiva para ajudar no fortalecimento dos artistas e artesãos que integram a cadeia produtiva da Economia Criativa. “Ser artista por si só já é um desafio, né? Porque a cultura mesmo de comprar artesanato, a arte, ela não é tão, como se diz? Aflorada, né? A gente tem de incentivar mais as pessoas a comprarem artesanato, a comprar arte, comprar de quem faz. Sair das grandes lojas e ir para o pequeno empresário, né? O pequeno comércio”, sugeriu. 

Apesar das dificuldades de manter uma feira aquecida, Erika disse que esses espaços existindo, oportunizam o surgimento de novos expoentes da arte. “Por exemplo, as meninas que cantam, né? Muitas que cantam ali, cantavam na nossa feira, que começaram a participar, colar com nós lá no Laricas. A Luanna era uma porta, né? Mas também faz parte as feiras que a gente fez, fizemos bastante. A Suburbia mesmo começou a cantar na nossa feira e depois está aí, se destacando na cena e eu acho isso muito legal”, mencionou.

A valorização dos artistas, para Erika, parte inclusive dos organizadores do Madre Loca, que apesar de não terem apoio financeiro do poder público, se esforçam para pagar as atrações artísticas.  “Os músicos foram super parceiros, mesmo assim a gente definiu uma taxa simbólica para as feirantes. Então, a grana que as feirantes colocaram, deram de taxa, a gente pagou os músicos”.

Uma das medidas que Erika aposta como solução para a sustentabilidade das feirantes do Madre Loca, é submeter o projeto a editais públicos. “Eu pretendo correr, pensar em editais também. Colocá-las como Economia Criativa e buscar talvez verba pública para as demandas, os gastos que feira tem. Não só os gastos, mas também um pró-labore para cada feirante poder se locomover, gastar com Uber, um suporte financeiro para elas poderem estar comparecendo na feira”.

Erika vê o cenário de feiras fortalecendo-se na Capital e celebra a organização entre os produtores, que fortalece a presença do público e impulsiona a renda dos trabalhadores.  “Eu tô achando lindo esse momento das feiras aqui em Campo Grande. Tem muita feira bombando, no auge, e é muito importante, todas as feiras têm sua importância. Definir as datas, cada feira ser  numa data diferente da outra para todo mundo conseguir participar e às vezes a mesma feirante participar de várias feiras. Isso tem sido muito positivo, que eu vejo que as feiras elas estão alternando as datas para que tanto o público possa ir em várias feiras, quando os feirantes possam trabalhar em várias feiras”.

CONVITE ESPECIAL

Animada para esta edição especial da Feira Madre Loca, Erika reforçou que esse é um grande passo.  “A importância inicial é nós mães estarmos saindo aqui do grupo do whatsapp, como a gente já tem prometido essa feira há muito tempo, organizando qual a  melhor data para todas, com várias agendas, né? Em relação ao filho, cuidar do filho, agenda de pediatra, escola, faculdade. Algumas fazem faculdade. Inclusive, a Bruna que vai cantar, ela vai sair da prova e vai lá cantar para a gente; então, assim, a gente estar se unindo, se encontrando nesse momento é mais valioso do que qualquer coisa”, citou. 

A produtora garante que as mães e familiares que comparecerem no evento serão marcados pela Feira Madre Loca: “Quem não conhece ainda nossa feira, tenho certeza de que vai adorar, porque o repertório está maravilhoso, as pessoas são maravilhosas. São várias histórias, são vários afetos. E essa acessibilidade de poder ir com seu filho, ficar à vontade, ter coisa para comer, beber, para comprar. Dá um clima muito gostoso de sarau, nossa feira é voltada para a cara de sarau. E acho que vai ficar encantado, vai adorar, porque nossas feiras sempre o público é bem receptivo com nossas feiras. As feiras que nós fizemos no Laricas Cultural sempre foram sucesso, em geral foram feiras maravilhosas, tenho certeza que todos vão gostar”, finalizou. 

PROGRAMAÇÃO DA FEIRA MADRE LOCA  EDIÇÃO DIA DAS MÃE :

  • Dia 10/05

  • Local: Plataforma cultural 

Roda de conversa - Mulheres Empreendedoras: Desafios, mercado e troca de Experiências 

Mediação: @leticiapolidorio40

Convidadas :

Brechó: 

Arte: 

Artesanato:

Brincos:

Crochê:

Alimentos:

Sabonete:

Plantas: 

Esotérico:

Diversos:

Apresentações culturais:

Dança do ventre

Poesia:

Música:

Fotógrafa oficial: @cartolaphilippsen

 


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Tags: Coletivo de Mães, Dia das Mães, Feira Madre Loca, Plataforma Cultural

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