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​Em Campo Grande, workshop ensina produzir música eletrônica 'do zero'

Em Campo Grande, workshop ensina produzir música eletrônica 'do zero'

Por TERO QUEIROZ • 13/12/2022 • 19:03

​O mestre em música, Felipe Ceará, abriu inscrições para o workshop de Produção de Música Eletrônica em Campo Grande (MS). Há apenas 15 vagas.

“Vamos trabalhar com a música dentro do computador. A intenção do workshop é realmente a gente partir do zero. Vamos falar sobre divisão de compasso, andamento, tempo, isso tudo será falado na oficina”, introduziu o professor. 

O workshop será voltado para para a performance e irá entregar caminhos para os Djs executarem suas músicas ao vivo em qualquer gênero musical. “É uma oficina geral, cujo conceito serve para aplicar em qualquer estilo”, acrescentou. 

Será uma imersão das 9h às 17h do dia 17 de dezembro e podem se inscrever pessoas de todos os níveis de conhecimento. “Os conceitos podem se aplicar para todos os tipos de Djs: aquele que faz seletagem, mas quer dar uma aprimorada no seu set; aquele que faz seletagem e faz uma live junto; aquele que usa uma estrutura um pouco mais complexa. Os conceitos serão gerais”, esclareceu. 

A oficina ocorrerá no Estúdio Subgrave, no Bairro Tiradentes, em razão da estrutura de som necessária e para dar aos alunos a oportunidade da experiência de um dia de estúdio. “Teremos liberdade para timbrar melhor o som, da forma como quisermos. E para dar às pessoas a vivência de estar no estúdio. Isso, estar em estúdio, é muito importante, para músicos, Djs, todos que trabalham com música”, considerou.

Ao longo das 8h de oficina os integrantes passarão pelos seguintes tópicos: escolha de repertório; Coleta; gravação e criação de samples; por dentro do Ableton Live;  Andamento; Quantize; Elastic Mode; Warp - Compressão e Equalização; Efeitos e Mapping.

Professor ministrará intensivo de música eletrônica em Campo Grande. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
Professor ministrará intensivo de música eletrônica em Campo Grande. Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Também serão debatidos as ‘cavalgadas’. “Que é quando uma música não entra no andamento da outra. É algo muito comum, vamos falar sobre como contornar esses problemas”. 

Como resultado do aprendizado na prática, os alunos irão construir uma música coletiva e terão essa experiência gravada. “Vai ser uma mistura de teoria e prática. Eles vão criar, gravar e levar esse som para casa”, adiantou. Além disso, os integrantes terão um certificado de conclusão ao término do Workshop.   

As inscrições podem ser feitas até o 12 de dezembro pelo WhatsApp 67 992620179, com Alessandra Mathias, produtora do Workshop. O valor do investimento é de R$ 300.

Além de oferecer conhecimento aos colegas, o professor diz que a oficina tem como objetivo também possibilitar um encontro entre interessados da cena eletrônica da Capital. “A principal importância do workshop é justamente o fortalecimento da cena. Porque, se eu tenho esse conhecimento e espalho para outras pessoas, significa que vai haver mais Djs e que mais lugares vão ser obrigados a ver que estão havendo uma cena forte”, apontou. O professor avalia que a cena musical como um todo está em ascenção em Campo Grande.

CEARÁ E O CONHECIMENTO MUSICAL

Felipe Ceará e seu "Arduará". Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv
Felipe Ceará e seu "Arduará". Foto: @teroqueiroz | @teatrinetv

Natural da Bahia, Ceará é um dos Djs com maior conhecimento acumulado com formação na capital sul-mato-grossense. Ele diz que seu gosto pela música surgiu no encalço de sua curiosidade. “Eu sempre fui curioso da música, sempre quis aprender vários instrumentos. Sempre fui curioso por descobrir novas formas de fazer, novos jeitos, até chegar nisso aqui eu é uma coisa mais eletrônica de fazer som”, introduziu, ao explicar que a habilidade musical não é uma herança familiar.

Ao TeatrineTV, o professor disse que por meio da música eletrônica faz um retorno a Bahia, revisitando suas raízes. “A vida inteira fui pesquisando coisas sobre isso, sobre samba reggae, culturas populares e rituais tradicionais com instrumentos de percussão. Aí entendi que poderia misturar essa vertente brasileira, afro-brasileira baiana com o digital que eu estava descobrindo na formação”, contextualizou.

Licenciado em Música com habilitação em Educação Musical pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2011/2014), Ceará se tornou mestre na mesma universidade, no Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (2016/2017). Desde 2018, é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Foi chefe do naipe de percussão da Banda Sinfônica da UFMS, percussionista na Banda de Música do Comando Militar do Oeste e baterista e percussionista de bandas do cenário regional de MS.

Durante seu período como docente na UFMS, de 2016 a 2018, Ceará ampliou sua pesquisa sobre programação de instrumentos usados por DJs de todo o Brasil. “Aí que fui entender mais  sobre os eletrônicos. Antes, eu tive instrumentos eletrônicos, baterias, percussões, mas ainda não sabia como utilizá-los, quando entrei na universidade que fui descobrindo coisas sobre Arduino, sobre programação, música e programação. Fui me interessando por isso, descobrindo outros instrumentos e outros Djs. Vendo o que eles utilizavam para deixar o som mais próximo da identidade deles”, contou.

Ceará avançou tanto em suas pesquisas sobre o eletrônico, que conseguiu construir um instrumento próprio ao longo de 2 anos. Ele chamou o equipamento de “Aduará”, que mistura seu apelido com​​ o nome Arduino (referente a placa de programação). “Esse instrumento se chama Arduará, porque a placa de programação que usei para construir ele se chama Arduino, o que estava falando agora. Aí juntou Arduíno com Ceará e ficou aduará”, explicou. Após construir o instrumento, Ceará chegou a montar uma banda com os amigos Júlio Queiroz e o Beget de Lucena. “Tive uma banda com os amigos que se chamava ‘Arduará’ e usava esse setup eletrônico, foi minha primeira imersão nesse setup profissionalmente. Eles viram que eu construí​​ isso e falaram: meu irmão, a gente precisa tocar com isso aqui”, lembrou. Ceará finalizou a construção do instrumento em 2019.

O ‘Arduará’ é uma controladora que serve para o DJ executar intervenções na música. Num vídeo exclusivo para o TeatrineTV, Ceará mostra a funcionalidade do instrumento. "Ele é mapeável, dispara funções que eu o mapear no computador", finalizou. Veja o vídeo em nosso perfil do Instagram @teatrinetv


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Tags: Campo Grande, CULTURA, Djs, Felipe Ceará, Mato Grosso do Sul, Produção de Música Eletrônica, workshop

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