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ATISTA DE MS

Márcio de Camillo 'joga luz' a obra de Geraldo Roca em grande teatro paulista

Espetáculo 'Do Litoral Central do Brasil: Márcio de Camillo canta Geraldo Roca' estreia na 6ª.feira (23.fev), no Sesc Ipiranga

Por TERO QUEIROZ • 22/02/2024 • 18:45
Imagem principal Márcio de Camillo canta Geraldo Roca neste final de semana no Sesc Ipiranga. Foto: Lauro Medeiros

O show “Do Litoral Central do Brasil: Márcio de Camillo canta Geraldo Roca”, com o cantor, compositor e instrumentista sul-mato-grossense, estreia às 20h da 6ª.feira (23.fev.24), no Sesc Ipiranga, um dos maiores teatros de São Paulo.

Conforme Márcio de Camillo, o show é uma homenagem a um dos principais compositores da música regional sul-mato-grossense, mas para além disso, é uma saudação ao vizinho Geraldo Roca, ávido defensor do Folk brasileiro. “Eu fui vizinho do Geraldo Roca, em uma época em que eu já era músico profissional. E eu me lembro que era muito interessante os nossos encontros. Nós costumávamos sair para jantar, para conversarmos sobre música, sobre o mercado da música, sobre vários assuntos relacionados ao folk brasileiro. Quando ele estava começando a criar um programa que acabou não entrando em nenhuma grande nacional, como ele queria, sobre o Folk brasileiro. Ele me falava o que era Folk. Ele ficava discursando sobre o conceito dele de Folk”, lembrou em entrevista ao TeatrineTV. 

Márcio de Camillo faz homenagem à Geraldo Roca no seu novo show que estreia em São Paulo. Foto: Lauro Medeiros

O artista disse que “cantar Geraldo Roca” é emocionante de muitas maneiras, pois acompanhou grandes momentos das composições. “Quando eu canto as canções dele eu sei cada momento que ele estava vivendo na profissão, como artista, como um compositor. E sim, me emociona muito, e também vejo que vem emocionando a equipe, com canções tão singelas como ‘Santa Branca’, como ‘Afeto que se Encerra’, e também outras canções super bem-humoradas como ‘Salvação’. Então, o Roca é um universo melódico e também com muita sutileza a poesia dele. É um músico muito especial da cena brasileira”, considerou.   

O show levado à Capital paulista é dirigido por Luiz André Cherubini, conceituado profissional do teatro paulistano. Márcio apontou que a escolha do repertório está diretamente conectada à presença do teatro no show musical. “Quem bateu o martelo nas canções [que vão estar no show] foi o diretor Luiz André Cherubini. Porque o Luiz André Cherubini cria um roteiro de um espetáculo: começo, meio e fim. Passando pela história do Geraldo Roca. É um espetáculo! Tem muitas pitadas de teatro, porque o diretor vem do teatro, diretor e componente também do Sobrevento, grupo de teatro de São Paulo com mais de 30 anos de história, um grupo que já viajou o mundo inteiro”, detalhou. 

Ainda segundo Márcio de Camillo, pesou muito na hora da escolha das canções, um dos objetivos principais do projeto: “O espetáculo toca canções por exemplo, do Roca, que são pouco conhecidas do grande público. A ideia de lançar o espetáculo em São Paulo, num teatro importante aqui da cidade, é para jogar luz na obra dele. Eu passo por várias canções dele. E o Geraldo Roca, além de um grande cantor, e um grande instrumentista, ele é muito conhecido como compositor. Então, o objetivo desse espetáculo é colocar luz na obra dele, para que novas gerações conheçam esse artista único que foi Geraldo Roca”, esclareceu. 

Márcio de Camillo canta Geraldo Roca. Foto: Lauro MedeirosMárcio de Camillo canta Geraldo Roca. Foto: Lauro Medeiros

O show é inédito, mas essa não é a primeira vez que Márcio de Camillo e Luiz André trabalham juntos. Eles conceberam em 2012 o aclamado “Criançeiras” – um projeto educativo que propôs musicar a poesia de Manoel de Barros para o público infantil. São 10 poemas musicados pelo cantor e compositor Márcio De Camillo, que interpreta as canções ao lado de mais de 15 crianças nos vocais. E em 2018, o sul-mato-grossense e o paulistano voltaram a trabalhar juntos no ‘Crianceiras Mário Quintana’. “Ou seja: então, [o show para Roca] traz uma leveza, mas também mostra a timidez e a raiva do Geraldo Roca. Mostra a novidade e a tradição. Mostra as várias fronteiras que o Geraldo Roca. Sabe? Do Rio de Janeiro com Mato Grosso do Sul... Do Rio Mississipi com o Rio Paraguai; do João Gilberto com Tião Carreiro. Esse conceito também que traz é o Luiz André, que sabe trabalhar com os músicos, ele também com um diretor geral ele resolve muito o arranjo das canções. O Luiz na verdade é um diretor que olha o cenário, as canções, o conceito”, disse.

Camillo sinalizou que deseja que o show circule no Brasil, para que o país também celebre a grandeza de Geraldo Roca. “Essa homenagem, na verdade, é uma homenagem de toda a equipe, de todos que estão envolvidos nesse projeto, dando o melhor de cada um para estar apresentando para o público um espetáculo. E esse espetáculo vai seguir para o Brasil, justamente para mostrar a obra de um dos maiores compositores que esse Brasil já teve. Como disse o Renato Teixeira, se ele pudesse dar um presente para o Brasil, esse presente seria Geraldo Roca”. 

O ESPETÁCULO: “MÁRCIO DE CAMILLO CANTA GERALDO ROCA”

O espetáculo tem a estreia no SESC Ipiranga, no dia 23 de fevereiro. Foto: Lauro MedeirosO espetáculo tem a estreia no SESC Ipiranga, no dia 23 de fevereiro. Foto: Lauro Medeiros

A arte visual do show, com fotos feitas por Lauro Medeiros, foi baseada no álbum "Veneno LIght", que Geraldo Roca lançou em 2006. A foto principal de divulgação do show faz referência direta à capa deste álbum, cuja a foto original quem assina é o cineasta Cândido Fonseca, e Márcio de Camillo incorpora Geraldo com maestria.

O espetáculo pretender refletir as raízes e asas dos dois compositores, Geraldo e Márcio, que foram amigos e companheiros de palco, e a forte regionalidade da música de um lugar, que, se fica no Centro do país, abre-se para o mundo como quem está à beira-mar, ou melhor, à beira do Litoral Central. "Esse show vai mostrar os muitos lados e a contradição que era o próprio Geraldo Roca, a riqueza, a variedade de personalidades que viviam dentro dele e que foram tão conflitivas ao longo de toda a vida", adiantou o diretor Luiz André. "Ao mesmo tempo, um homem que representa aqueles que somos nós nas nossas fragilidades, inconstâncias, dúvidas e com uma qualidade artística que vocês vão ficar surpresos de conhecer", acrescentou.

Os músicos do show são experientes com formações muito ecléticas, da orquestra sinfônica ao punk rock, tocando cello (Denise Ferrari), bateria e percussão (Nath Calan) e flauta, teclado e saxofone (Thiago Sormani) e ainda promete surpresas, com participações especiais. Márcio de Camillo, por sua vez, toca violão, viola caipira e canta as músicas de Roca.

Completam a ficha técnica a figurinista Vi Silva, o Iluminador João Nunes, o Técnico de Som Daniel Inácio e a Produtora Executiva Alessandra Nunes.

SERVIÇO

O teatro do Sesc Ipiranga fica na Rua Bom Pastor, 822, no Ipiranga, em São Paulo. A entrada para assistir o show é R$ 50 (Inteira), R$ 25 (Meia) ou R$ 15 (Credencial plena). Os ingressos estão disponíveis para compra online desde 06 de fevereiro por meio do site do Sesc

QUEM FOI GERALDO ROCA

Geraldo Roca. Foto: Laura Toledo/Arquivo pessoal

Geraldo de Almeida Roca nasceu no Rio de Janeiro no dia 9 de junho de 1954, mas fez carreira em Mato Grosso do Sul.

Ficou nacionalmente conhecido pela composição de "Trem do Pantanal", feita em parceria com Paulo Simões. A canção é considerada um hino não oficial de Mato Grosso do Sul.

Outras canções que marcaram a carreira do compositor foram "Mochileira", "Polca Outra Vez", "Japonês Tem Três Filhas" e "Dona Música".

Ao longo de sua carreira, Roca lançou três álbuns: Geraldo Roca (1988), Litoral Central (1997) e Veneno Light (2003). Ele participou, ainda, da coletânea GerAções (2006).

Em MS, Roca é reconhecido por sua influência e talento musical, sendo reverenciado por diversos artistas renomados como Paulo Simões, Alzira E, Geraldo Espíndola, Tetê Spíndola, Almir Sater, Renato Teixeira, entre muitos outros.

No currículo de Roca são citadas composições do rock, polcas, chamamés, guarânias e até baladas. “Ele soube ler a música de fronteira, mesclando elementos do Rock, do pop, do folk, criando um estilo único. Ele é o verdadeiro representante do folk brasileiro”, considerou Márcio de Camillo.

Ele é considerado um dos precursores do estilo musical polka-rock no Brasil. 

A expressão Litoral Central teria sido cunhada por Roca, quando ele se referia a música e a cultura de raízes platinas, do interior meridional do Brasil, a parte mais ao sul da região Centro-Oeste.

Roca foi achado morto em sua casa, na Chácara Cachoeira, em Campo Grande, no ano de 2015, aos 61 anos. Na época, a polícia citou que ele teve um ferimento de tiro na cabeça e apreendeu uma arma de fogo. A hipótese é que o artista tenha tirado a própria vida. 

PEÇA AJUDA

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

 


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