A autora Maria Carol lançará seu 1º livro na bienal do Rio de Janeiro. Foto: Mariane Lopes

A escritora e poeta Maria Carol, fará o lançamento oficial de seu livro "Cartas Aos Afetos", às 17h30, do dia 13 de junho na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. 

O trabalho inédito, é fruto de três anos de escrita e mergulha em uma história de amor entre mulheres — um processo que a autora descreve como “genuíno, afetivo e revolucionário”.

“Comecei a escrever cartas em 2021, durante o isolamento social. Queria entender meus sentimentos por outra mulher”, conta Maria Carol.

A autora já sabia que era bissexual, mas confessa que não se sentia confortável em vivenciar essa parte de sua afetividade. O gesto íntimo e cotidiano de escrever cartas se transformou num profundo processo de acolhimento e, aos poucos, numa literatura que atravessa e ressignifica sua existência como mulher negra e LGBTQIAPN+.

A livro mistura elementos de diário, crônica e poesia epistolar. Ao longo das páginas, o leitor encontra caos, recomeços, luto, amor e discussões sobre raça e identidade. “Tem várias camadas”, resume a autora, que se dedicou à escrita entre 2021 e 2024, documentando seu processo emocional de forma honesta e visceral.

Para Maria Carol, o amor merece ser contado. E mais do que isso: compartilhado. “Transformei essas cartas em livro porque acredito que essa literatura, além de ter sido cura para mim, pode ser cura para outras pessoas também”.

A frase ecoa a epígrafe que poderia sintetizar sua obra: "Bell hooks diz que o amor é o que o amor faz". A paixão, nesse caso, é o fio condutor de uma revolução interna — e também coletiva.

Entre as influências de Maria Carol estão Conceição Evaristo, Elayne Baeta e Ryane Leão, que assina a orelha do livro. “Minha literatura quer abraçar outras mulheres que gostam de mulheres, mostrar que ser quem somos é legítimo e bonito. Amar como amamos é revolucionário”, diz Maria Carol, cujo trabalho se inscreve na tradição da “escrevivência”, conceito cunhado por Evaristo, que une biografia, resistência e estética literária.

A estreia na Bienal carrega um significado simbólico: é a consagração pública de uma escrita nascida no íntimo, mas que se expande em direção ao coletivo. "Quero que minha literatura abrace. Que seja colo. Que outras mulheres negras saibam que podem — e devem — falar de amor", completa a autora.

BIENAL DO LIVRO 2025

A Bienal do Livro Rio 2025 reunirá mais de 300 participantes, incluindo escritores, jornalistas, psicanalistas, filósofos, jornalistas, roteiristas, ilustradores, atores, músicos e influenciadores digitais. Entre os autores confirmados estão Chimamanda Ngozi Adichie, Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Mario Sergio Cortella, Raphael Montes, Jeferson Tenório, Aline Bei, Ana Suy, Carina Rissi, Flavia Lins e Silva, Taís Araújo, Ray Tavares, Paola Aleksandra, Paula Pimenta, Gabriel Dearo, Manu Digilio, Iberê Thenorio, Janaina Tokitaka, Junior Rostirola, Maidy Lacerda, Pedro Mairal, G.T. Karber, Lynn Painter, Alexene Farol Follmuth, Brynne Weaver, Cara Hunter, Teresa Cárdenas, Antonella Lattanzi, Dacia Maraini, Lina Meruane, Kim Ho-yeon, Nagabe e Isabel Lustosa.

A programação também contará com curadorias de Thalita Rebouças, Clara Alves, Rosane Svartman, Clélia Bessa, Lázaro Ramos, Flávia Oliveira, Luiz Antonio Simas, Pedro Pacífico e Bianca Ramoneda, que coordenarão atividades como debates, bate-papos, saraus e apresentações artísticas. 

O evento ocorrerá de 13 a 22 de junho de 2025, no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

SERVIÇO

• Título: Cartas aos Afetos 
• Lançamento oficial: 13 de junho de 2025, às 17h30
• Local: Bienal do Livro do Rio de Janeiro