Ângela Maria de Brito e o prefeito Dr. Cassiano Maia, de Três Lagoas (MS). Foto: Reprodução | Arquivo

Condenada a 6 anos e 3 meses de detenção por fraude em licitação, Ângela Maria de Brito é a atual Secretária Municipal de Educação e Cultura de Três Lagoas (MS).

POR QUE ELA FOI CONDENADA?

Responsáveis por compra ilegal foram condenados a 5 a 6 anos de detenção e multa, conforme recurso do MP. — Arquivo/Correio do Estado/Valdenir Rezende/Reprodução Semec.

Em 20 de março de 2025, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) condenou Ângela Brito e outros cinco ex-servidores da Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande por irregularidades na aquisição de livros paradidáticos sem licitação.

As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), revelaram que, durante a gestão de Gilmar Olarte (2014–2015), a secretaria realizou oito compras diretas, totalizando R$ 5,6 milhões, favorecendo a Gráfica Alvorada.

As aquisições foram feitas sem justificativa adequada e em quantidades superiores às necessidades das escolas, evidenciando o direcionamento ilícito. Além de Ângela Brito, foram condenados Osvaldo Miranda, Denny Moreira, Claudineia de Melo, Ruth Barros dos Santos e Ângela Adolfo Poldo, com penas variando entre cinco e seis anos de detenção.

Apesar da condenação, Ângela Brito mantém-se como secretária de Educação e Cultura em Três Lagoas. A administração municipal não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, gerando indignação e dúvidas sobre a integridade dos processos administrativos locais.

O QUE DIZ ÂNGELA MARIA?

Essa é Ângela Maria, atual chefe da Cultura em Três Lagoas. Foto: Reprodução

Procurada pela reportagem do TeatrineTV, Ângela Maria explicou que ainda recorre da decisão. “Essa questão ainda está correndo na Justiça, seguindo os trâmites legais, com presunção de inocência. Ainda não houve trânsito em julgado, logo, não estou condenada. Agradeço muito por sua atenção, e são essas as informações”, argumentou.

Entretanto, já há decisões desfavoráveis condenatórias à secretária. Ela, porém, explicou que a primeira decisão a livrava das acusações. Eis:

Questionada sobre por que acredita que as decisões subsequentes a levaram à condenação, Ângela foi sucinta: “Amado, não sei. Peço-te, por favor, que, a partir de agora, continuarei no meu silêncio. Deus me justifica. Estou com minha consciência. Gratidão e até qualquer hora. Paz e bem.”

O QUE DIZ O PREFEITO

O prefeito Dr. Cassiano Maia (PSDB), de Três Lagoas, que mantém como secretária Ângela Maria mesmo diante da sentença, foi procurado pela reportagem para comentar a situação.

O tucano atendeu a uma das ligações e, quando apresentada a situação, foi evasivo: “Você vai se apresentar para minha jornalista e agendar para falar comigo com ela. É assim que vai funcionar”, disse de maneira ríspida antes de desligar o telefonema, em que poderia ter esclarecido sua posição.

A reportagem explicou que, por meio do telefonema, o prefeito poderia comentar o caso, mas ele se recusou e foi informado de que sua atitude e falas ao repórter seriam inseridas neste conteúdo. “Você pode fazer como quiser”, disse de maneira pouco amigável antes de desligar abruptamente.