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Política Cultural

​Conheça os 5 artistas de MS homenageados na 2ª edição Campão Cultural​

Por TERO QUEIROZ • 08/10/2022 • 13:09

​Serão homenageados na 2ª edição do Campão Cultural​, que começa neste sábado (8.out.22),​ a artesã Indiana Marques, o grupo de rap Falange da Rima, a atriz Laís Dória, o artista visual Humberto Espíndola e o fotógrafo Roberto Higa. Reportagem com texto de Marcelo Armoa assessoria do Campão Cultural.

As cinco personalidades culturais são um extrato da riqueza e da diversidade da cultura sul-mato-grossense.

Lais Dória. Foto: Leandro Marques

Atriz, artista social, professora, pesquisadora e diretora teatral, Lais Dória, desenvolve atividades em MS há 26 anos e dirige a OSCIP Casa de Ensaio, que proporciona a adolescentes e jovens de Campo Grande o aprendizado da música, teatro e literatura. “Penso que uma homenagem, principalmente depois de décadas de trabalho, seja um modo de legar aos nossos artistas o devido reconhecimento, demonstrando aos que chegam à cena, que muitos lutaram para construção desse espaço. Meu trabalho me deu condições de compreender a importância de ações como esta, pois ajudam a consolidar nossa história não só como artistas, ou como uma instituição, mas como uma comunidade, responsável por oferecer aos sul-mato-grossenses um olhar sobre a sua própria cultura, sobre as bases da sua identidade”, disse.

A atriz disse que um festival como o Campão cultural, deve prezar por lugares como estes. “De reconhecimento e valorização dos nossos artistas, dando a eles e elas a possibilidade de serem vistos e ouvidos, de apresentarem seus trabalhos, de mostrar aos nossos o quanto somos criativos, o quanto pensamos e fazemos arte. Tais iniciativas devem estar no centro da discussão sobre arte e cultura em Mato Grosso do Sul, ressaltando sempre o dever do Estado de fomentar e gerir ações como estas”.

Indiana Marques. Foto: Leandro Marques

Atuando há mais de 20 anos em MS, Indiana Marques tem seu trabalho como artesão reconhecido nacionalmente e premiado de arte popular. Por meio de suas esculturas em cerâmica, ela retrata figuras regionais, principalmente da cultura indígena e negra, mostrando seus costumes e história. “Receber a homenagem do Campão Cultural, um movimento muito importante, muito bonito, é muito valoroso, pois quando você faz um trabalho, você quer que ele tenha importância, que ajude culturalmente a contar uma história, a mostrar a grandeza do seu povo. No meu caso, por meio do artesanato, trabalho com uma representação feminina dos nossos povos indígenas, contando a história de quem sofre, de quem trabalha e isso vai para todo o país, para todo o mundo, por isso é importante receber uma homenagem como essa. É uma resposta para o meu trabalho, é um reconhecimento desse meu trabalho, dessa minha busca”, considerou indiana.

 O Falange da Rima, grupo de rap montado em 1998 em Campo Grande também será homenageado. Em sua formação atual  o grupo tem Flynt, John Geral, Mano Xis, que compõem e improvisam sobre o beat de DJ Magão. São os pioneiros do rap sul-mato-grossense, com letras que falam sobre a realidade das periferias, discutindo temas como o crime, a pobreza, preconceito social e racial, drogas e consciência política.

Falange da Rima. Foto: Leandro Marques

DJ Magão destacou a importância do reconhecimento do trabalho do grupo. “Nós representamos a cultura de rua, a cultura hip hop, que surgiu em Campo Grande nos anos 80, se estabeleceu e ganhou maior projeção a partir do lançamento do CD do Falange da Rima. Muita coisa mudou, mas está sendo uma honra receber essa homenagem, porque a gente não imaginava que um dia ia ser reconhecido por todo o trabalho que a gente fez através da nossa música. Nos dias de hoje, a gente ouve o relato de pessoas que têm família, que já são mais velhas, mas que sempre nos acompanharam e sempre estavam ouvindo nossas músicas. Isso já é muito importante e ser homenageado tem uma relevância tipo imensurável por tudo que a gente representa, não só o Falange, mas toda uma geração do hip hop de Mato Grosso do Sul que fez parte e que estava com a gente”, comentou Magão.

Também será homenageado o artista visual Humberto Espíndola. “Humberto Espíndola muito bem nos representou com todo o seu trabalho e continua nos representando com sua atividade, com a sua participação desde a divisão do Estado e foi essa sua marca emblemática que projetou Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo. Já o Roberto Higa, através das suas lentes e da arte da fotografia, registrou e continua registrando os momentos mais importantes da história do nosso Estado em 45 anos de criação”, considerou o secretário de Cultura e Cidadania, Eduardo Romero.  

Humberto Espíndola. Foto: Leandro Marques

A produção começou em 19867 com uma exposição individual, no Museu Regional do Pantanal Matogrossense, em Corumbá (na época ainda Mato Grosso).

Em 1974 Humberto levou a criação do Museu de Arte e Cultura Popular ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá. Ele coordenou o espaço até 1982.

Humberto aborda em suas telas o tema “do boi”, tido símbolo da riqueza do então Mato Grosso. Em Bovinocultura o artista faz retrato sarcástico da sociedade do boi, que é principalmente moeda e símbolo de poder. Em seus primeiros trabalhos, Espíndola apresentou o animal envolto em penumbra, provocando estranheza. A efígie do boi, em suas telas, é colocada em um primeiro plano, ou isolada em um oval central, ganhando a dimensão de nobreza de um retrato. Em Glória ao Boi nas Alturas (1967), utilizou uma deliberada frontalidade do animal, em torno do qual se acumulam máscaras, imprimindo ao quadro um ritmo dinâmico. Humberto tem Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo - São Paulo (SP). Tem uma Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo (SP) e uma Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo (SP).

Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realizou o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996.

Fechando a lista, o 5º homenageado será o fotógrafo Roberto Higa. Ele começou a fotografar no fim dos anos 60 e está na ativa até hoje.

Roberto Higa. Foto: Leandro Marques

​Com 73 anos de idade e 53 anos de profissão, Roberto Higa começou sua jornada como office boy no extinto jornal Diário da Serra, onde teve seu primeiro contato com o fotojornalismo. Ele já contou à mídia sul-mato-grossense que considera seu primeiro trabalho como fotógrafo a cobertura da inauguração da Universidade Federal de MS e do estádio Morenão, em 1970.

Quatro anos mais tarde, registrou a criação do Estado de Mato Grosso do Sul. Documentou a posse de todos os governos e inauguração de importantes obras entre outras.

O Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (SECIC) e Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR).

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Tags: #arte, #TeatrineTV, Campão Cultural, Campo Grande, CULTURA, Mato Grosso do Sul

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