O candidato ao governo Marquinhos Trad (PSD) reuniu-se na noite da quinta-feira (29.set.22) com centenas de trabalhadores da Cultura e do Turismo, em um ato de celebração do fim da campanha eleitoral do 1º turno. Trad, prometeu que caso saia vitorioso, a Cultura e o Turismo em Mato Grosso do Sul terão secretarias independentes com orçamentos próprios.
“Temos a responsabilidade e ouvimos a população, nós vamos separar, a Cultura vai ser Cultura e o Turismo vai ser Turismo. No meu governo, Cultura e Turismo terão secretarias independentes”, garantiu Marquinhos.
Em suas andanças pelo estado, Marquinhos disse que identificou alguns pontos de carência da classe cultural, os quais pretende solucionar. “A distância do governo com os municípios, com exceção de Bonito. Os prédios culturais foram abandonados e no interior também, absolutamente esquecidos... Outra reclamação é sobre o FIC, há uma reclamação muito grande de que dos 8 anos, eles só repassaram 3 anos. E o valor se manteve nos 7 anos, só sendo aumentado agora em ano eleitoral”, explicou.
O ex-prefeito adiantou ao TeatrineTV que caso seja eleito governador pretende montar uma secretaria liderada pelo atual Secretário de Cultura e Turismo (Sectur), Max Freitas. “Em Campo Grande, o FMIC esteve ao longo desse governo com o mesmo valor do FIC. Nós vamos levar nossa equipe para lá, a nossa equipe liderada pelo Max, que tem uma proximidade com todos da Cultura, ele sabe ouvir e sempre resolveu as divergências através do diálogo”, revelou Trad.
O candidato criticou o fato de o governo tucano abrigar o Turismo na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). “Primeiro, a secretaria de Turismo nunca deveria ter sido ligada a Semagro, ela só foi desmembrada em razão de conveniência política, de acertos, para puxar um vereador e um outro assumir... Eles usam os instrumentos públicos por conveniência individual e nunca pelo interesse individual. O Max, com certeza vai revolucionar”, disse.
A reportagem perguntou a Max, se Marquinhos já havia formalizado esse convite e quais seriam as medidas iniciais adotadas por ele como eventual chefe da secretaria estadual de Cultura. “Existe um projeto em construção. Fizemos discussões estabelecendo objetivos tanto para Cultura quanto para o Turismo, que apesar de caminhar juntas são classes que têm que ter seus orçamentos distintos. Conversamos também sobre a suma importância de manter as duas fundações (Cultura) e (Turismo). A nossa grande dificuldade administrativa, que acaba engessando os processos, é a criação somente das secretarias. As duas fundações são autarquias diretas que conseguem fazer a promoção cultural e contratação de artistas de maneiras menos burocráticas”, esclareceu.
Para Max, a criação de duas secretarias resolveria o problema enfrentado hoje por Campo Grande. “É o melhor caso. Se você está alocado numa secretaria que não é dedicada a Cultura ou ao Turismo se tem muitos problemas de compreensão, que apesar de ter recurso, é moroso e os pagamentos, por não compreenderem o produto cultural, são burocráticos demais”, explicou.
Caso passe a liderar a Secretaria de Cultura a nível de estado, Max pretende fazer mudanças sistêmicas que visam, segundo ele, a valorização a fomentação dos novos artistas, mas a valorização dos artistas de carreira. “Nosso objetivo é que o recurso da Cultura e do Turismo dobre, triplique. O artista precisa circular, seja na música, teatro, dança... temos que ter essa secretaria e manter a Fundação, para manter esse braço administrativo, mas observar que o fomento aos novos não anula a valorização dos artistas que já tem longa carreira. Nós temos que diferenciar, o interior tem que vir para a Capital e a Capital tem que ir ao interior. Veja como a valorização é importante: como eu coloco um Geraldo Espíndola concorrer a um edital de R$ 7 mil com um músico que está começando? Não pode isso. Precisamos melhorar isso. Valorizar e fomentar de maneira dedicada”, opinou.
Max indicou qual será a principal missão do próximo governador de MS. “É um problema da nossa política cultural, é sistêmico. Não teve um governador que passou que teve esse olhar, os equipamentos culturais estão sucateados, assim como os patrimônios culturais. Se tivesse manutenção anual não estaria caindo, deteriorando. Nós temos, finalmente saindo, a Casa do Artesão que não é um projeto deles, é emenda de um Senador da gestão anterior e agora no último ano que estão fazendo, mas ainda bem que estão fazendo. Se restaurarmos 2 prédios culturais deste estado por ano, teremos uma valorização forte na política cultural”, finalizou.
Antes de sair...
Gostaríamos de convidar você a ajudar nossa iniciativa. Siga @teatrinetv no Instagram, curta, comente e compartilhe nossos posts. Isso tudo é de graça e nos ajuda muito!
O TeatrineTV é um site independente dedicado a produção de conteúdo jornalístico para arte e cultura com sede em Mato Grosso do Sul. Nosso trabalho consiste em oportunizar um espaço para divulgação, investigação e cobranças dos anseios da arte e cultura. Isso é, atuamos para ser mais que uma agenda cultural. Investigamos o uso da verba pública e denunciamos censuras do poder público ou privado. Cobramos transparência do uso de recursos e preservação de equipamentos culturais.
Essa é uma briga com gigantes, que tentam sepultar a diversidade cultural no Mato Grosso do Sul e no Brasil! Investimos nessa iniciativa, pois acreditamos que arte e cultura é o poder dos povos!