O site O Jacaré fez um levantamento em reportagem nesta segunda-feira (6.jun.22), afirmando que o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) já torrou R$ 6,1 milhões em shows sertanejos só nos primeiros 6 meses de 2022.
Uma lista mostra que a dupla Jads e Jadson lucrou R$ 1,320 milhões para realização de 10 shows ao custo médio de R$ 120 mil cada.
A 2ª dupla mais beneficiada foi Munhoz e Mariano, que tem R$ 750 mil garantido. Na sequência, os sertanejos que mais se beneficiaram são:
- João Bosco e Vinicius – R$ 517.500,00
- Bruninho e Davi – R$ 480.000,00
- Matogrosso e Mathis – R$ 480.000,00
- Canto da Terra – R$ 385.000,00
- Maria Cecília e Rodolfo – R$ 240.000,00
- Michel Teló – R$ 213.000,00
- Patrícia e Adriana – R$ 195.000,00
- Mariana Fagundes – R$ 135.000,00
- Lauana Prado – R$ 120.000,00
- Produtora de Loubet, Breno Reis e Marco Viola, entre outros – R$ 1.101.000,00
Mostramos recentemente aqui no TeatrineTV, que o pacote de R$ 79 milhões que foi destinado para a Cultura no começo de 2022 está sendo esvaziado através de shows sertanejos realizados na Capital e no interior do estado. Mostramos que até mesmo duplas sem carreira nacional, o caso de Wilson & Cristiano, tiveram lucros superiores a R$ 700 mil com a gestão tucana.
A destinação da grossa quantia de recursos públicos é exclusiva, em sua grande maioria, para artista do gênero sertanejo.
![](https://atorteroqueirozcomunicacao.files.wordpress.com/2022/06/154_gov-protocola-projetos-refis-fto-chico-ribeiro-277-730x480-jpg.jpg?w=700)
A equipe de reportagem do TeatrineTV enviou diversos pedidos de esclarecimentos a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul sobre os critérios para essas contratações, no entanto, ainda não recebemos um posicionamento.
POLÊMICA NACIONAL
![](https://atorteroqueirozcomunicacao.files.wordpress.com/2022/06/285761187_546234400342888_1973296961166922255_n.png?w=700)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a decisão que autorizava a realização da “Festa da Banana”, na cidade de Teolândia, no baixo-sul da Bahia, e contaria com o cantor Gusttavo Lima entre as atrações principais. Ele cobrou R$ 703 mil pelo show. A ordem foi publicada no domingo (5.jun.22), assinada pelo presidente do órgão, o ministro Humberto Martins.
O cantor chegou a ir com sua equipe até o posto de gasolina no pequeno município, mas diante da decisão, não pode subir ao palco.
A prefeita de Teolândia, no interior da Bahia, Rosa Baitinga (PP), chegou a classificar como "dolorosa" a situação, pois, era também dela o sonho de levar o cantor para um show no município carente.
“Não seria essa a vontade que eu tinha de falar com vocês hoje, mas a gente não pode ir contra a decisão da Justiça. A Justiça está aí é para ser cumprida” , declarou Rosa, ao lado de cerca de 30 pessoas em cima do palco do evento. Ela agradeceu aos policiais que faziam a segurança no local, e lamentou o encerramento da atividade.
“Vocês passaram tempos difíceis com a pandemia, tempos difíceis com as chuvas que atacaram nosso município. E eu queria de coração, de alma, devolver para vocês um pouco de alegria, um pouco de felicidade, uma forma de vocês conseguirem recuperar o que perderam”.
DECISÃO JUDICIAL
Segundo o magistrado, foi constatada lesão à ordem pública e à economia administrativa. Ele considerou que os gastos de altos valores para um município de 20.000 habitantes e em situação de emergência declarada justificou a providência tomada inicialmente de suspender a realização do evento. A íntegra da decisão (acima).
“Cuida-se de gasto deveras alto para um município pequeno, com baixa receita, no qual, como apontado pelo Ministério Público da Bahia, o valor despendido com a organização do evento chega a equivaler a meses de serviços públicos essenciais” , afirmou.
O despacho foi dado em recurso apresentado pelo MP-BA. Com a decisão, voltou a valer a suspensão do evento, determinada pela 1ª Instância da Justiça baiana na sexta-feira (03.jun) em ação movida pelo órgão.
CUSTO DA FESTA DA BANANA EM TEOLÂNDIA
A ação civil pública do MP-BA apontou que o custo da festa ultrapassaria os R$ 2 milhões. O valor, segundo o órgão, é quase o montante de recursos (R$ 2,3 milhões) recebidos pela prefeitura do governo federal a partir da edição do decreto de estado de emergência por causa das fortes chuvas que atingiram a cidade.
Ao todo, o festival teria 28 shows. O valor que seria empenhado corresponde a 40% do dinheiro gasto com a saúde do município ao longo do último ano. O valor também se aproxima dos cerca de R$ 2,3 milhões que o governo federal encaminhou à prefeitura em 26 de dezembro de 2021, por causa da emergência causada pelas chuvas, que destruiu a cidade.
O Festival da Banana terminaria no dia 13 de junho. Entre as 28 atrações que iriam se apresentar, o MP-BA destacou cinco cujos cachês superiores a R$ 100 mil:
- Unha Pintada: R$ 170 mil
- Adelmário Coelho: R$ 120 mil
- Marcynho Sensação: R$ 110 mil
- Kevy Jonny e Banda: R$ 100 mil
A Justiça também impediu o município fazer os repasses às 11 produtoras contratadas para o festival.
O QUE DEFLAGROU?
![](https://atorteroqueirozcomunicacao.files.wordpress.com/2022/06/ze-neto-anitta-instagram.webp?w=700)
As verbas públicas de pequenas prefeituras destinadas para sertanejos viraram debate depois que Zé Neto, da dupla com Cristiano, ter criticado artistas que segundo ele, "mamavam na Lei Rouanet". A fala do sertanejo ocorreu durante um show em Mato Grosso no mês passado. Ele também teria atacado a cantora Anitta, opositora da gestão de Jair Bolsonaro. A cantora Pop, na visão de Zé Neto, estaria fazendo oposição ao governo devido a Jair Bolsonaro (PL) ter reduzido os investimentos da Lei Rounet para um limite de R$ 3 mil por projeto. Apesar do ataque de Zé Neto, a estrela do Pop nunca usou ou foi paga com incentivos da Rouanet.
Em entrevista ao "Fantástico" no domingo (5.jun.22), Anitta disse: "Meu irmão é quem cuida para mim das coisas. Eu liguei para o meu irmão [depois dos comentários do Zé Neto] e para o meu outro sócio Daniel e falei: 'Gente, eu já usei essa lei, porque eu nem lembro'. Ele falou: "Não"", disse Anitta. E de fato, não há contratos da artista junto a Secretaria Especial de Cultura.
"A gente que é da música sempre soube que isso existia. Eu já recebi propostas, eu e meu irmão. 'Você cobra tanto, aí eu vou e pego um pedaço.' Eu falei 'não'. Aí eles falaram, não, se você pegar daqui, aí você declara que recebeu tanto e eu falei não. Meu cachê é esse. Quer assim? Bem. Se não, não", explicou a artista, sobre ter sido assediada para "rachar" o cachê.
"Como a gente começou a nossa empresa do nada, a gente tá sempre contratando auditoria, com medo de fazer algo errado por falta de conhecimento", completou a pop-star . "Achei que eu estava só me divertindo com meus amigos", brincou a cantora, se referindo a tatuagem que fez nas partes íntimas que também foi usada por Zé Neto como argumento para tentar rebaixar a artista do pop.
Antes da entrevista ir ao ar, a cantora usou suas redes sociais para dizer que não tinha nada contra sertanejos e defendendo investigações sobre a corrupção de forma geral.