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TECHCAMP

Jornalismo independente resiste a oligarquias no Centro-Oeste

"São coberturas de fronteira, que estão na guerra contra o agro", diz Sanara Santos, da Énois

Por TERO QUEIROZ • 01/12/2023 • 11:10
Imagem principal As lideranças de veículos de comunicação indepentes de vários estados brasileiros estiveram no ThecCamp 2023 em Belém. Foto: Reprodução

O TeatrineTV foi um dos veículos de comunicação da região Centro-Oeste do Brasil a participar do TechCamp 2023 – um dos maiores encontros da comunicação independente do mundo – que aconteceu de 13 a 16 de setembro em Belém (PA).

Como vocês sabem, nossa iniciativa sediada na Capital sul-mato-grossense, onde foi fundada em 2020, trabalha com atualização diária de conteúdos ao jornalismo cultural, desenvolvendo matérias noticiosas, entrevistas e reportagens especiais.

O TeatrineTV também foi considerado o primeiro veículo de imprensa a trabalhar com produção exclusiva de jornalismo cultural na região Centro-Oeste. Apesar de resiliente, o veículo trava uma batalha quase que solitária no território, algo que ficou bastante evidente no encontro em Belém.  

CENTRO-OESTE NO TECHCAMP      

As integrantes do Centro-Oeste, Angela e Marta à esquerda. Foto: ArquivoAs integrantes do Centro-Oeste, Angela e Marta à direta. Foto: Arquivo

O TechCamp é uma ação que reúne profissionais da mídia e inovadores de todo o mundo, com o objetivo de debater e compartilhar conhecimentos sobre as últimas tendências em tecnologia e mídia digital. O evento foi financiado pela Embaixada e Consulado dos Estados Unidos e realizada pela Énois, um laboratório que trabalha para impulsionar diversidade, representatividade e inclusão no jornalismo brasileiro, fundado em 2009, em São Paulo. 

Coordenadora de Formação da Énois, Sanara Santos, revelou a dimensão do encontro para a comunicação independente do país. “O Tech Camp é um evento gigante, um evento que acontece 12 vezes por ano, acho que todo mês tem um Tech Camp rolando em alguma parte do mundo. O TeatrineTV ele foi selecionado pelo trabalho dentro do Diversidade nas Redações, mas também pelo trabalho inspirador, que a gente achava muito importante colocar isso em rede física. E o que o TeatrineTV tem para trazer para a Énois, acho que é essa diversidade, um novo olhar para a cultura do Centro-Oeste, que não é só estereotipar, eu lembro muito de você sempre falando que no Centro-Oeste não tem só sertanejo universitário, não. E isso é muito legal, porque é disruptivo, é romper com nossos olhares sobre os territórios brasileiros, sobre as regiões brasileiras”, considerou. 

Sanara Santos, da Énois Conteúdo em Belém durante o TechCamp. Foto: ArquivoSanara Santos, da Énois Conteúdo, em Belém durante o TechCamp. Foto: Arquivo

Pelo projeto, a Enóis poderia convidar até 60 organizações de jornalismo independente de todo o Brasil para o TechCamp Belém. “Quando chegou para a gente essa proposta de produzir o Tech Camp em parceria com o Consulado, a gente já imaginou na nossa rede. Começamos a pensar primeiro nos que estavam mais próximos de tempo, mesmo. Quem tinham passado há pouco tempo pelos processos da Énois, para a gente conseguir chamar essa galera. A gente tinha o limite de 60 iniciativas de comunicação que poderiam participar, esse é um recorte específico do Tech Camp. E fomos nessa seleção olhando para primeiro, quem já tinha passado há pouco tempo pelos processos da Énois. Então, tenho o Diversidade, o Prato Firmeza, que está sendo feito e tem veículos do Centro-Oeste e o Jornalismo em Território, que são pessoas que sempre passam. A gente acionou os chefes de redação, as lideranças, porque a gente achou importante que nesse momento as lideranças estivessem presentes”, detalhou, Sanara. 

Do Centro-Oeste, segundo Sanara, ao menos quatro veículos foram convidados, entretanto, só três acabaram comparecendo. “Apenas uma recusou por uma questão de logística, de tempo, porque já tinha um outro evento programado para as mesmas datas que nosso, que foi o Contexto, que é um veículo de comunicação também do Centro-Oeste. Eles estão participando do Prato Firmeza Campo-Cidade, que é esse que a gente está terminando esse ano, que vai ser um guia gastronômico das periferias olhando para 10 estados do Brasil. Então, foram chamados 4 iniciativas, que foram as 4 inciativas que a gente conheceu”, esclareceu. 

Encontro de encerramento dos 60 veículos que participaram do TechCamp Belém. Foto: Tero Queiroz Encontro de encerramento dos 60 veículos que participaram do TechCamp Belém. Foto: Tero Queiroz 

O ‘Contexto’ é do Mato Grosso. Já as outras duas citadas que se fizeram presentes, foram representadas pela jornalista, professora e pesquisadora, Angela Eveline Werdemberg dos Santos, da Uniderp. E Marta Freire, uma das lideranças da Gazeta do Pantanal, veículo de imprensa tradicional, de Miranda (MS). Ambas as convidadas, na prática, não estão à frente de jornais independentes, ilustrando uma dificuldade de se localizar empresas ou organizações sul-mato-grossenses com características de atuação realmente independente. 

NÚMEROS DO JORNALISMO INDEPENTE NO CENTRO-OESTE

A pequena presença do jornalismo independente na região Centro-Oeste ficou mais bem evidenciada no último levantamento do Atlas da Notícia, censo realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) que visa mapear a presença do jornalismo local no Brasil. O levantamento revelou que em Mato Grosso do Sul há 176 veículos de imprensa, dentre os quais apenas dois são iniciativas independentes (que não usam verbas de governos estaduais ou municipais). O Atlas também indicou que houve queda na quantidade de empresas jornalísticas em todos os estados do Centro-Oeste. Eis os números:

  • No Distrito Federal, 41 empresas de comunicação encerraram suas atividades;
  • Em Mato Grosso foram 6 iniciativas fechadas;
  • No Mato Grosso do Sul, 2;
  • E em Goiás, 1.

Ainda de acordo com o Atlas, passaram a ser desertos noticiosos os municípios de Novo Horizonte do Sul (MS), Cotriguaçu (MT), Feliz Natal (MT) e Lambari d’Oeste (MT).

Sanara revelou que, de fato, a Énois tem certa dificuldade de conseguir mobilizar comunicadores no Centro-Oeste. “A gente tem um desafio específico com o Centro-Oeste que é a mobilização das pessoas... A gente tem uma dificuldade de entrada mesmo dentro desse território enquanto Énois, nesse lugar da agência sudestina mesmo, que tem essa preocupação de chegar com respeito ao território. Então, a gente não vai chegar ditando o que ele é, a gente vai escutar e receber sobre esse território primeiro”, argumentou. 

Conforme a porta-voz da Énois, características do território podem desestimular o surgimento de iniciativas independentes de jornalismo. “Eu acredito que a região Centro-Oeste também é uma região muito específica para cobertura de questões agros, e pouco pautam o jornalismo local, o jornalismo independente. O agro, eu acredito também que é um grande responsável por não ter tantas mídias locais, que fazem essa cobertura que eu vou abrir aqui aspas: ‘são coberturas de fronteira’, né? Que está ali na guerra contra o agro, porque não é interessante ter. Politicamente falando, não é interessante ter comunicação, num lugar de tanta disputa territorial, num lugar com tanta disputa de terra, com o agro dominando, com as violências”, analisou. 

Ainda de acordo com Sanara, outro ponto que pode estar colaborando para o pequeno número de iniciativas independentes no Centro-Oeste, é a centralização de recursos para esse seguimento. “O investimento para o jornalismo local no Brasil é muito mal distribuído, é muito mal distribuído! As pessoas focam em investir nas iniciativas que estão nesse eixo Rio/São Paulo, e no máximo Brasília, Distrito Federal, e pouco olham para o Centro-Oeste como um todo, pouco olham para a região Norte. Porque essa distribuição ela é focada só nesse eixo, assim. E eu acho que são algumas dessas questões que corroboram para que tenham um baixo número de iniciativas de comunicação no Centro-Oeste: é o território, que tem uma disputa muito específica e que é importante que não haja informação circulando dentro desse território. E um outro ponto também é a falta de circulação de grana, a descentralização do investimento de grana para o jornalismo local”, refletiu.

‘IDEIAS PARECIDAS’

Alguns integrantes da Revista Badaró durante exposição numa feira na Capital. Foto: Tero Queiroz Alguns integrantes da Revista Badaró durante exposição numa feira na Capital. Norberto Liberator ao centro. Foto: Tero Queiroz 

Além do TeatrineTV, o Atlas da Notícia, rastreia como veículo independente de Mato Grosso do Sul a Revista Badaró – 1ª revista de jornalismo em quadrinhos do Brasil.

Como já mostramos aqui, a iniciativa surgiu em 2019, focando na produção de conteúdo jornalístico sobre a violação dos diretos dos povos originários do estado. “A pauta do direito dos povos indígenas é uma prioridade para nós, nós vivemos nesse estado que pratica uma violência muito grande contra esses povos, essas populações, então nós consideramos que é nosso dever falar sobre isso”, disse o Jornalista, ilustrador, quadrinista e um dos diretores da revista, Norberto Liberator.

Na análise de Liberator, o pequeno número de iniciativas jornalística independentes no Centro-Oeste tem a ver com o fato de ser uma região muito conservadora. “Isso se reflete no fazer jornalístico, porque ainda se tem uma ideia de jornalismo que é ultrapassada, vamos dizer assim, não tem muito abertura para inovação. Então, quando a gente vem, por exemplo, com uma proposta de jornalismo em quadrinhos, é difícil emplacar isso no Centro-Oeste. Quem trabalha também com audiovisual, com novas formas de se pensar o jornalismo, como podcasts, é sempre bem difícil trabalhar por aqui e fazer com que isso dê certo”, apontou. 

Liberator destacou ainda, que iniciativas jornalísticas inovadoras muitas vezes são desvalorizadas, pois o jornalismo tradicional está ligado a relações de poder e oligarquias, onde o pagamento pode influenciar o conteúdo publicado. “Na verdade, a tendencia por aqui é aquele jornalismo do cabresto, né? O cara paga para falarem bem. Muito ligado as oligarquias, muito preso as relações de poder”, opinou.

Diante das dificuldades, a diretoria da revista composta Guilherme Correia, Iara Cardoso, Marina Duarte, Vitória Regina e Liberator, iniciaram conversas com setores do poder público que pudessem ajudar na sustentabilidade da iniciativa. “A gente se financia principalmente pelos nossos leitores, pela venda que começamos no início desse ano, a venda do material impresso. E também agora iniciamos parcerias com o poder público, com a Assembleia Legislativa. Temos também conversado com alguns mandatos mais progressistas que tem ideias parecidas com a nossa, visão de mundo parecidas com as nossas, visão de mundo parecida com as nossas, que possam fazer um contraponto ao que costuma acontecer na mídia tradicional aqui do estado, que é a política ligada ao agro, ao agronegócio. Essa forma específica de agronegócio predatória, que financia a maioria dos veículos por aqui. A gente vai na contramão disso, é muito mais difícil, obviamente, mas a gente está fazendo o que consideramos correto e um contraponto que consideramos necessário de existir”. 

Clientes analisam material imprenso da Revista Badaró durante feira na Capital de MS. Foto: Tero Queiroz Clientes analisam material imprenso da Revista Badaró durante feira na Capital de MS. Foto: Tero Queiroz 

O diretor disse que agora a revista está trabalhando para melhorar sua situação financeira e tornar-se independente de setores que possam limitar a liberdade de imprensa. “Depois de muito tempo a gente fazendo um trabalho que era praticamente voluntário, que no máximo conseguíamos pagar o gasto que nós tínhamos, agora esse ano começamos a organizar melhor essa questão financeira, de ter uma diálogo com setores do poder público e também estruturar melhor nosso sistema de apoiadores, para podermos nos financiar sem precisar desse apoio de setores que vão contra aquilo que nós defendemos e que muitas vezes acabam tendo uma relação de quase sequestro das pautas das redações jornalísticas. Às vezes o repórter quer fazer uma pauta, mas está amarrado, porque o patrão dele tem uma relação com determinado empresário, com determinado latifundiário e impede que ele fale sobre aquilo, denuncie determinada questão ou aborde determinado tema”. 

QUESTÕES ‘CULTURAIS’ IMPLICAM FINANCIAMENTO DO JORMALISMO EM MS

Angela Wenderberg à esquerda. Foto: ArquivoAngela Wenderberg à direita. Foto: Arquivo

Também participante da TechCamp 2023, a mestre em comunicação que cursa doutorado em ciência da informação, jornalismo e estudos midiáticos, Angela Werdemberg dos Santos, revelou que questões históricas em relação ao leitor sul-mato-grossense também podem dificultar a compreensão da importância de se financiar o jornalismo independente. “Na região Centro-Oeste, ainda predomina o modelo tradicional de venda de publicidade para órgãos públicos e privados. Há uma dependência muito forte dos governos municipais e estaduais. Paralelamente, o crowdfunding, financiamento de iniciativas a partir da colaboração de pessoas físicas, ainda é bastante tímido e com baixa adesão da população. Na região Centro-Oeste, desde os anos 1980, há a cultura do consumo de informação noticiosa gratuita, inclusive no formato impresso. Essa sistemática fez da confluência da Rua 14 de Julho e com a Avenida Afonso Pena, aos domingos pela manhã, um ponto de encontro do campo-grandense para receber jornal de graça. A prática segue com os sites de notícias locais em que o leitor não tem o hábito de contribuir financeiramente para a produção de conteúdo”, contou.  

Angela foi coordenadora do programa Diversidade nas Redações 2 da Énois e atualmente é coordenadora de outras pesquisas e professora na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp). Para ela, o TeatrineTV é pioneiro em um aspecto do jornalismo na região Centro-Oeste. “Eu não conheço outra iniciativa na linha editorial e de produção de conteúdo do TeatrineTV. Arrisco em afirmar, inclusive, que o TeatrineTV é pioneiro no segmento de jornalismo independente cultural no Centro-Oeste”.

Para Angela, o TeatrineTV pode servir de inspiração para outros jornalistas e comunicadores e o Tech Camp fortalece a existência do veículo no Centro-Oeste. “Sabemos que é um trabalho árduo e de poucos recursos, então, é necessário criar uma rede nacional de comunicadores e jornalistas independentes no Brasil para juntos discutir soluções e fortalecer as iniciativas e os territórios. Na região Centro-Oeste ainda predomina iniciativas jornalísticas tradicionais como o rádio, por exemplo. Lembrando que estes veículos, em sua maioria, pertencem a grandes grupos de comunicação e a políticos. Então, eventos como o TechCamp que possibilitam discutir o jornalismo local, pensar em planejamento e financiamento é fundamental. Vejo a presença do TeatrineTV no TechCamp como uma possibilidade de amadurecimento e de manutenção da iniciativa e, também, como um incentivo para que novas iniciativas sejam criadas em Mato Grosso do Sul”. 

‘TODO MUNDO É EXEMPLO’

Sanara compartilhou a experiência da Énois em trabalhar com mídias culturais e citou a existência de um mapa do jornalismo local periférico. Ela destacou a função estratégica da cultura e o poder político-social de veículos que cobrem cultura como o Manda Notícias em São Paulo, o Nonada Jornalismo no Sul, o TeatrineTV no Centro-Oeste e o Reocupa no Nordeste. “A cultura é vista como um elemento essencial na periferia, que é formada por diversas culturas”, salientou. 

Ela elogiou o trabalho do jornalismo cultural independente e combativo do TeatrineTV, por enfrentar desafios e dar exemplo de que o jornalismo independente é possível. “Todo mundo é um exemplo! Você é o primeiro dentro do seu território a cobrir jornalismo cultural de forma independente, eu imagino que enfrente muitos desafios. Eu acredito que por existir, resistir, produzir, você já está dando um grande exemplo de que o jornalismo independente ele existe, que ele não é impossível de ser feito, ele não é fácil, mas não deixa de ser possível. Eu acho que um dos ensinamentos, das coisas que eu tenho aprendido dentro da Énois, que eu tenho aprendido aqui dentro, escutando histórias de outros veículos: suas histórias, do Rômulo, Suzana, ouvindo histórias da Marta, ouvindo histórias do Reocupa, da Deusa do Reocupa, do pessoal da Mídia Étnica, de Salvador, que só por existirem e resistirem dentro do território, isso já parte de uma inspiração para pensar novas iniciativas”.

A porta-voz explicou que a Énois como uma Organização Não-Governamental, inspirou algumas iniciativas a pautarem escolas de jornalismo no seu território. “A gente estava, no Tech Camp, com a Baré Escola de Jornalismo, que nasce dentro das formações da Énois. Que nasce consumindo o nosso conteúdo e entende a importância de ter uma escola de jornalismo na sua comunidade, para conversar com jovens, comunicadores. Eu acho que tem esse lugar do consumir. Eu começo a consumir o seu conteúdo e falo: ‘caraca, que coisa muito foda. Sabe? Essas produções. E isso me inspira! Eu acho que tem um poder muito grande no exemplo do fazer. Fico muito impressionada, porque todo mundo que passou pelo DR, pelo menos, sempre tem milhares de projetos que precisa tocar para fazer a sua iniciativa sobreviver. Tem um corre que é olhado pelas outras pessoas”, ponderou. 

Mostrar os resultados e celebrar as vitórias é uma maneira de fortalecer as iniciativas independentes. “E eu acho que tem que ser mostrado também. Eu acredito que expor, a gente expõe pouco. A gente tem uma, eu vou chamar de falsa humildade, porque eu tenho uma visão de ser humilde que é, que para mim ser humilde nasce muito do ser periférico, né? – Ah, você tem que ser humilde! – e humildade para mim não é uma coisa muito boa, nesse sentido de que ser humilde, tem que ser subserviente às pessoas, né? As pessoas que exigem nossa humildade, elas não exigem nossa humildade, elas exigem a nossa subserviência. Então, só para explicar a falsa humildade que eu falei, mas a gente tem uma humildade de não querer contar todas as nossas lutas, as nossas conquistas, isso é importante, porque eu aqui assistindo, eu falo: caralho, esse formato de projeto, esse formato de produto, de negócio, dá certo. Olha as conquistas que esses grupos estão tendo! Então, acho que a gente comunica pouco as nossas vitórias, a gente celebra pouco, inclusive, as nossas vitórias. E sempre que a gente celebra, a gente mostra que a gente está num lugar muito legal e que esse lugar pode melhorar. A gente mostra para os facilitadores que a gente é muito bom e que a gente tem espaço para celebrar. Então, eu acredito que é estimular mais e expor mais as vitórias das iniciativas. A produção de conteúdo em si já inspira outras pessoas, outros jornalistas a irem para o jornalismo independente, porque eles vão se  identificar com a escrita, eles vão se identificar com a linha editorial que na maioria das vezes não é racista, não é machista, que busca respeitar o jornalista como pessoa e não só como quem está escrevendo meu texto, que vai ser publicado e vai gerar audiência para mim”, disse Sanara. 

A liderança da Énois finalizou a entrevista comentando os impactos futuros da participação do veículo cultural do Centro-Oeste no TechCamp 2023. “Eu acredito que o TeatrineTV, no Tech Camp, tem para trazer para Mato Grosso do Sul uma conexão com outros veículos que estão explorando cultura e que estão trabalhando com cultura, uma rede, um trabalho colaborativo, sabe? Quando a gente encontra um deserto de notícias e a gente não tem capacidade de criar 70 novas iniciativas de comunicação, a gente chama as que já existem para construir em colaboração. E eu acho que o TeatrineTV indo para o Tech Camp, ele pode levar para o Centro-Oeste do Brasil essa prática do jornalismo colaborativo, do jornalismo feito em rede. Porque a gente só consegue executar mesmo as coisas grandiosas, como o Tech Camp, no caso da Énois, em rede, com 60 outros veículos. Pautando o jornalismo sustentável, pautando o jornalismo inovador, pautando o jornalismo diverso. Sem os 60 veículos não rola o Tech Camp, sem os 60 veículos não rola a Énois. A Énois, ela vive à partir da colaboração. Então, eu acho que tem uma ferramenta que vale muito ser explorada, não só pelo TeatrineTV, mas todos os veículos ali, que é: vamos construir em rede, vamos distribuir em rede, vamos construir de forma colaborativa. Eu acho que é uma ferramenta que você pode levar para o Centro-Oeste com uma potência enorme”.

O QUE PENSAMOS

A participação do TeatrineTV no TechCamp 2023 é um reconhecimento do trabalho sério e competente que vem sendo realizado pela equipe do jornal, que tem se destacado na cobertura de temas relevantes para a região Centro-Oeste. Além disso, a oportunidade de participar de um evento de grande porte como este certamente trará benefícios para aprimorar a qualidade do trabalho do jornal.

O TechCamp 2023 foi uma excelente oportunidade para o TeatrineTV conhecer as novas tendências e ferramentas em tecnologia e mídia digital, bem como para estabelecer contatos com outros profissionais da área. Com isso, o jornal poderá continuar a prestar um serviço de qualidade para seus leitores, mantendo-se atualizado e inovando sempre em sua forma de comunicar.

OS VEÍCULOS QUE PARTICIPARAM DO TECHCAMP BELÉM 

  1. Nós, Mulheres da Periferia;
  2. Sul21;
  3. Malamanhadas;
  4. Jornal Empoderado;
  5. Uniderp;
  6. LabJaca;
  7. Jornalistas;
  8. Transmídia;
  9. Jornal Cdd Acontece;
  10. Coletivo Força Tururu;
  11. Angola Comunicação
  12. Carta Amazônia;
  13. Agência Mural de Jornalismo das Periferias;
  14. Coletivo Aruandê;
  15. DataLabe;
  16. TeatrineTV;
  17. Jornal O Povo;
  18. Acessibilindígena;
  19. Agência Lume;
  20. Desenrola e Não Me Enrola;
  21. Rede Tumulto;
  22. Abaré;
  23. Rede de Comunicadores dos Povos e Comunidades Tradicionais do Vale do Ribeira/SP;
  24. Associação Ateliê de Ideias;
  25. Fomentadora do Ponto de Cultura Varal Agência de Comunicação
  26. Produtor do jornal Comunitário Calango Notícias;
  27. Olhos Jornalismo;
  28. Manda Notícias;
  29. Bigu Comunicativismo;
  30. Tapajós de Fato;
  31. Correio do Lavrado;
  32. Maré de Notícias (Redes da Maré);
  33. Portal Catarinas;
  34. Wayuri;
  35. Negritar;
  36. Rondon Oficial;
  37. Reocupa – resistência cultural upaon-açu;
  38. Pimp My Carroça;
  39. O Corre;
  40. Instituto Mídia Étnica;
  41. Énois Conteúdo;
  42. Cumbuca;
  43. Produtora Maré Cheia;
  44. Associação Gênero e Número
  45. Gazeta do Pantanal;
  46. Na Cuia Produtora Cultural;
  47. Fala Roça;
  48. Farol Jornalismo (PUC/RS);
  49. Território da Notícia;
  50. Mangue Jornalismo;
  51. Agência Saiba Mais;
  52. Engajamundo
  53. Rádio e TV Quilombo;
  54. Site Coreto – Jornalista;
  55. Redação News – Jornalismo;
  56. Awalé;
  57. Marco Zero Conteúdo;
  58. Portal Repórter Manaós;
  59. Nonada Jornalismo;
  60. Amazônia Real;
  61. Amazônia Vox
  62. TV Quilombo;
  63. Açaí Valley; e,
  64. Agência Fluxo.

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Tags: #TeatrineTV, Belém, Centro-Oeste, Énois, jornalismo cultural, JORNALISMO INDEPENTE, Projor, Sanara Santos, TechCamp, TechCamp 2023

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