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Cultura brasileira

MinC publica decreto de R$ 8,8 bilhões de investimentos na Cultura brasileira

Assinatura marca a retomada da propulsão cultural e coloca fim em 4 anos de 'trevas' para a cultura brasileira

Por TERO QUEIROZ • 24/03/2023 • 10:50

O presidente Lula (PT) assinou na noite da 5ª.feira (23.mar.23), o decreto que dá orientações jurídicas de como devem ser aplicados ao menos R$ 8,8 bilhões para o fomento cultural no Brasil. Eis a íntegra.

Mostramos antes aqui no TeatrineTV o 'ao vivo da cerimônia de assinatura', que ocorreu no histórico Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, também assinam o decreto.

A medida cria uma espécie de 'Lei Guarda-chuva do Minc' na Portaria 11453. Apesar de celebrada, ainda não se trata de uma normatização ou da regulamentação para o uso da verba acima citada.

A assinatura, entretanto, marca a retomada da propulsão cultural e também coloca fim em 4 anos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que promoveu um verdadeiro desmonte das políticas de incentivo cultural e realizou, por meio de um secretariado esdrúxulo, uma das maiores perseguições ao setor cultural e aos artistas brasileiros.

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O Brasil ocupou por muitos anos, o 13º lugar no ranking de países que exercem mais influência sobre culturas estrangeiras. A Cultura representa 4% do PIB do país, segundo o Atlas Econômico da Cultura Brasileira.

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Entretanto, no início de 2022, a gestão anterior bloqueou R$ 1 bilhão em recursos investidos por patrocinadores em contas especiais de projetos beneficiados pela Lei Rouanet. O bloqueio inviabilizou a execução de 1.946 projetos culturais.

O RETORNO

Com o robusto investimento, o governo Lula pretende atingir principalmente as seguintes: fazer ações culturais descentralizados, diversas, com transparência, segurança processual e jurídica, com diálogo com a sociedade e democratizar o acesso cultural. Esse último itém, inclusive, direito garantido na Constituição brasileira.

A redação do decreto saiu na edição do Diário Oficial da União desta 6ª.feira (24.mar).

No texto ficaram estabelecidas regras e procedimentos gerais para os mecanismos de fomento cultural direto: Lei Paulo Gustavo, Lei Aldir Blanc, Cultura Viva; fomento indireto: Lei Rouanet. E outras políticas públicas culturais — definindo objetivos e beneficiários.

Os conceitos para o fomento apresentados no Decreto servem de base para a padronização dos mecanismos de transferência de recursos, acompanhamento e prestação de contas de ações culturais financiadas com recursos do Ministério. Também revoga o Decreto 10.755/202, publicado na gestão Bolsonaro, que estabelecia a sistemática de execução do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).

Agora, o Ministério da Cultura (MinC) tem até 30 dias para editar a Instrução Normativa (IN) necessária para o cumprimento das novas regras, trazendo os procedimentos detalhados para apresentação, recebimento, análise, homologação, execução, acompanhamento, e avaliação de resultados dos projetos financiados.

Elaborado em conformidade com as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU), a regulamentação visa contribuir para garantir o pleno exercício das políticas públicas da cultura, incluindo os direitos culturais e o acesso às fontes de financiamento da cultura nacional, indo ao encontro do previsto no artigo 215 da Constituição Federal.

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As alterações e inovações marcam a superação do momento de criminalização da cultura e dos trabalhadores da área e refletem a importância dada ao setor cultural pela atual gestão, entendendo a cultura como um vetor de transformação social e econômica, de educação e emancipação do povo, e vitrine internacional do país.

O QUE O NOVO DECRETO VIABILIZA

  • Apoio direto para produção artística e cultural;
  • Estímulo à formação e pesquisa artística e cultural;
  • Proteção do patrimônio cultural material e imaterial;
  • Promoção, difusão e intercâmbio cultural;
  • Premiação da comunidade cultural;
  • Contratação de serviços ou aquisição de bens;
  • Ocupação de equipamentos de cultura;
  • Investimento na produção artística e cultural.

ROUANET NA ECONOMIA

Criado em 1991 pela Lei 8.313, o mecanismo do incentivo à cultura é um dos pilares do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que também conta com o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e os Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficarts).

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A Lei é uma das mais atacadas pela extrema direita. Isso porque a Rouanet é a principal ferramenta de fomento à cultura no Brasil, que injeta na economia criativa cerca de R$ 2 bilhões por ano e é responsável pelo patrocínio anual de cerca de 3.500 ações culturais. Isso a faz disputar espaço do orçamento, a tornando alvo da extrema direita que visa lucrar nos bastidores da política, mas que detém pouca ou nenhuma influência nos setores culturais.

Matematicamente falando, a sociedade brasileira tem o retorno de R$ 1,60 para cada R$ 1,00 investido em cultura por meio da Rouanet. Até 2018, a lei trouxe um impacto econômico positivo sobre a economia brasileira de R$ 49,8 bilhões.

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Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) em 2020, mostra que mais de 4,8 milhões de brasileiros trabalham no setor cultural.

Em 2019, o valor adicionado do setor cultural atingiu R$ 256 bilhões. O valor representa 9,8% do total de riqueza criada no âmbito das pesquisas econômicas anuais da indústria, do comércio e dos serviços,
realizadas pelo IBGE.

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Tags: Audiovisual, Brasil, CULTURA, Cultura Viva, destaque, Ficarts, FNC, fomento cultural, Lei Aldir Blanc, Lei Paulo Gustavo, Lei Rouanet, Lula, Margareth Menezes, ministra da Cultura, Pronac

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