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COP30 - BELÉM (PA)

"Queremos mais mulheres em lugares de poder", diz Ministra da Cultura

Em Belém, ministra Margareth Menezes e lideranças civis defendem que a transição ambiental depende da inclusão de mulheres em espaços de decisão

Por TERO QUEIROZ • 17/11/2025 • 17:21
Imagem principal A ministra da Cultura Margareth Menezes. Foto: Filipe Araújo / MinC

A interseção entre políticas culturais e emergência climática deu o tom da abertura da "COP das Mulheres", evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizado nesta 6ª feira (14.nov.25), em Belém (PA). O encontro reuniu autoridades federais e representantes da sociedade civil para debater a centralidade do gênero feminino na construção de soluções sustentáveis.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, enfatizou que a ocupação de espaços de decisão não é apenas uma demanda social, mas uma necessidade orgânica para a preservação ambiental. "Queremos mais mulheres em lugares de poder, sim, e é um direito que a própria natureza nos dá", afirmou a titular da pasta.

CULTURA E TERRITÓRIO

Para Menezes, a diversidade cultural brasileira — sustentada fundamentalmente por lideranças femininas em comunidades tradicionais — é um ativo estratégico no enfrentamento ao colapso ambiental. O debate iluminou o papel de ribeirinhas, marisqueiras, quilombolas e indígenas, cujos modos de vida integram a defesa do bioma à defesa da própria existência.

"As mulheres dos rios, das ilhas, das comunidades tradicionais, das periferias… nos mostram que defesa do clima é inseparável da defesa da vida", completou a ministra.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, corroborou a tese, defendendo que a liderança feminina na crise climática deve ser pragmática, e não apenas simbólica. "Toda vez que uma política ignora as mulheres, ela fracassa. E toda vez que uma política coloca as mulheres no centro, ela transforma realidades", pontuou Lopes.

POLÍTICA DE ESTADO E CULTURA VIVA

O painel contou ainda com a participação da empresária Luiza Helena Trajano, líder do Grupo Mulheres do Brasil, que reforçou a importância da continuidade das políticas públicas para a redução de desigualdades. "Nós queremos políticas públicas, que é ela que muda o país", declarou Trajano.

No campo da gestão cultural, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, apresentou dados sobre a Política Nacional de Cultura Viva. Prestes a completar 21 anos, a iniciativa movimenta cerca de R$ 3 bilhões anuais em estados e municípios.

Segundo Rollemberg, a alta capilaridade dos Pontos de Cultura, frequentemente geridos por mulheres, é essencial para garantir direitos reais e "uma revolução concreta com política pública". A secretária reforçou que a cultura deve ser encarada como horizonte civilizatório e ferramenta de afirmação para mulheres negras, indígenas e pessoas com deficiência.

Também participaram das discussões a secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, e a presidenta da Funarte, Maria Marighella.


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Tags: COP das Mulheres 2025, cultura e crise climática, cultura e território, cultura viva Brasil, diversidade cultural e meio ambiente, liderança feminina na sustentabilidade, MinC políticas públicas, mulheres indígenas e quilombolas, políticas culturais e clima, proteção ambiental e gênero

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