Modelo Luciana Curtis e seu marido, o fotógrafo Henrique Gendre. / Foto: Reprodução
A Justiça de São Paulo condenou nesta 4ª feira (12.nov.25) oito dos 14 réus acusados de envolvimento no sequestro da modelo Luciana Curtis, seu marido, o fotógrafo Henrique Gendre, e a filha de 11 anos do casal, ocorrido em novembro de 2024.
A sentença foi proferida pela juíza Ana Paula Mendes Carneiro, da 18ª Vara Criminal. As condenações abrangem os crimes de roubo majorado, extorsão qualificada e associação criminosa armada.
A família foi rendida ao sair de um restaurante no Alto da Lapa, Zona Oeste, e levada a um cativeiro na Brasilândia, Zona Norte. No local, foram forçados a fazer transferências bancárias que ultrapassaram R$ 30 mil.
O carro do casal, avaliado em mais de R$ 200 mil, foi posteriormente incendiado pelos criminosos.
AS PENAS
Gabriel Valentim de Lima, o "Zequinha", apontado como líder e mentor do esquema, foi condenado a 28 anos, 9 meses e 15 dias de prisão.
Sérgio Silva Soares recebeu a pena mais alta: 33 anos, 3 meses e 10 dias em regime fechado. Ele foi reconhecido como o executor que vigiou a família no cativeiro e já possuía antecedentes.
Seis outros réus receberam penas de 17 anos por participação, incluindo Lilian Alves de Lima (mãe de Gabriel) e Maria Katia Alves da Silva (tia), que cederam contas para a movimentação do dinheiro.
DINÂMICA DO CRIME
A decisão judicial destacou a "frieza, organização e uso de meios tecnológicos" do grupo, que possuía núcleos definidos para execução, fraude bancária e lavagem de dinheiro.
As vítimas relataram "intenso sofrimento físico e psicológico", mantidas em um barraco "sem luz, sem água e com presença de cobras e escorpiões".
Os oito condenados terão de indenizar as vítimas em R$ 30.905,96, valor correspondente ao prejuízo financeiro apurado.
OUTRO LADO
Em nota, os advogados de Gabriel e outros quatro réus contestaram a decisão. A defesa alega "nulidade absoluta" no processo de Gabriel por falta de citação.
Sobre os demais, os advogados afirmam não haver provas de participação e que os valores só entraram nas contas "após a consumação e o exaurimento do sequestro". A defesa informou que irá recorrer.
