
O ator, palhaço Maestro Joanim e produtor Luciano Bortoluzzi, apresentou o espetáculo “Esperando o Lima” no palco Areninha, em Corumbá (MS), às 17h do último dia 16 de maio de 2025.
Inicialmente, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), entidade realizadora do festival, havia anunciado que o palhaço faria apresentação às 16h, mas o sol quente que iluminava a cidade branca fez o horário mudar. "Esperando o Lima foi às 17 horas, porque é quando o sol começa a cair, a luz fica maravilhosa. É a hora de ouro da fotografia. Estava tudo super bacana", introduziu Luciano.

“A mudança de horário me proporcionou um experiência incrível, porque o sol foi baixando e a luz ficando cada vez mais linda. Um pintura da natureza, a hora de ouro da fotografia. Foi um apresentação inesquecível na beira do Rio Paraguai”, introduziu Luciano.
Ele foi aprovado na categoria Artes Cênicas – Circo Internacional, pois tem mais de duas décadas de trajetória rodando o mundo com o trabalho. "O meu espetáculo está há 26 anos na estrada. Ao total 180.000 quilômetros de carro (o equivalente a quatro voltas ao mundo).
Tive grandes turnês, primeiro pelo Brasil, depois América do Sul e por fim Europa. Agora estou retornando as viagens justamente pelo Festival América do Sul, em Corumbá", apontou o artista.

Apenas no Brasil, o artista fez cerca de 140.000 km de palhaçaria, indo do Norte ao Sul do país continental juntamente com a família. “Me apresentei em todos os estados brasileiros. Fui três vezes pro Chuí, duas vezes pro Oiapoque. Viajei por 11 países da América do Sul, França e Alemanha. Comecei viajando em dupla, com Marcelo Romagnoli (premiado diretor e dramaturgo paulistano) depois viajei sozinho, e na estrada conheci a mãe dos meus filhos, Cecilia Kawall. Nossa última turnê foi com os nossos filhos gêmeos Sofia e Rodrigo e com o mais velho Martim. Em um ano e meio pelo Brasil eles conheceram 20 estados", contou.
Apesar da vasta experiência, Luciano explicou que ainda não havia estado no Portal do Pantanal Sul. "Eu não conhecia Corumbá, mas conhecia o festival. Sabia que Corumbá é um polo cultural muito forte no Mato Grosso do Sul", mencionou.
Durante sua rápida estada na cidade branca se disse 'encantado' com Corumbá. “O público de Corumbá está acostumado com bons espetáculos. Para mim foi uma honra estar retomando a estrada justamente no Mato Grosso do Sul, em um festival tão importante. Conversei bastante com produtores locais, com os artistas e conheci alguns museus. É um lugar muito forte, muito antigo. Esse rio maravilhoso com esse por do sol indescritível. Me apresentei justamente ali, nas margens do Paraguai, com aquela luz cinematográfica. Fiquei muito feliz e emocionado de estar começando a quinta volta ao mundo pelo Festival América do Sul em Corumbá”.

Para o artista, a cidade por si só proporciona uma forte imersão artístico-cultural. "Em cada lugar que eu chego, fico estudando o local da apresentação, a cidade e as pessoas. Meu objetivo é fazer algo novo em cada cidade. Vou conhecendo personagens, pessoas, histórias, para poder colocar pequenas homenagens durante a apresentação. Cito as pessoas que nos recebem, que nos alimentam, que nos hospedam. Em Corumbá entre outras particularidades, conheci os gatos — tem muitos gatos nas ruas, parece Istambul [cidade na Turquia]. E já aproveito para agradecer a produção impecável do Salim Haqzan Hassan, que além de produtor é um artista incrível, que me contou e apresentou histórias e locais inesquecíveis de Corumbá".
Na avaliação de Luciano, para aprofundar ainda mais a troca de conhecimentos, o festival poderia oportunizar a permanência dos selecionados por todo o evento. "Foi muito rápido, entendo que a logística deste festival é imensa, mas gostaria de ter feito mais de uma apresentação. Viajei de São Paulo até Corumbá. Cheguei ontem no dia 15, trabalhei o dia inteiro, vendo condições técnicas, acertando tudo. Me apresentei no dia 16, para uma roda enorme cheia de famílias, criançada na primeira fila participando, foi lindo. E no dia 17 já estava voltando pra casa”, apontou.
O artista gaúcho, que mora em São Paulo desde 1990, é formado na Escola de Arte Dramática da USP. "Morei no vizinho, Mato Grosso, de 2011 a 2013 e de 2017 a 2021. Na época, tive o Circo Pirathiny e fiz 10 obras audiovisuais no estado de MT", explicou.
De volta à capital paulista, ele pretende seguir com as apresentações do trabalho. “Iniciei um trabalho em parques e praças de São Paulo. Os locais mais disputados e bacanas pros artistas de rua se apresentarem são a Avenida Paulista e o Parque Augusta. Vou pra rua e pra estrada em 2025 e daqui a pouco vou rodar o meu primeiro longa metragem como roteirista, ator e diretor”.
Para continuidade de seu trabalho, Luciano tem feito grandes parcerias. "Estou trabalhando com o Cláudio Carneiro. Ele é um palhaço brasileiro que fez várias temporadas de sucesso no Circo do Soleil. Nos conhecemos a mais de 20 anos, e pela primeira vez, conseguimos trabalhar juntos".
Ainda conforme Luciano, a apresentação em Corumbá foi a oportunidade para testar os resultados da “clownsultoria” de Carneiro. "Estou com uma roupagem nova nesse espetáculo e testei números inéditos em Corumbá e o público aprovou, rindo bastante!”, completou.
TRABALHOS NO CINEMA

Além de ser destaque nas artes circenses, teatro e produção, Luciano é um ator renomado com trabalhos no Centro-Oeste. Seu currículo se estende de produções cinematográficas independentes a títulos da Netflix. Ele pode ser visto em trabalhos como 'Sintonia'. “Tenho uma história muito forte com o cinema de Mato Grosso. Foram mais de 12 trabalhos no audiovisual mato-grossense, entre longas, curtas e séries. Meu último longa foi o Pardal Coroa Branca, rodado em dezembro de 2024, e em julho agora, iniciaremos as filmagens de Ensaio sobre a Verdade”, contou Luciano.
Conforme o artista, ele também deve rodar em breve um roteiro de sua autoria. "Escrevi um roteiro chamado Fome de Estrada, que conta a história de um velho palhaço que viaja pelo Brasil apresentando seus espetáculos. Esse palhaço viaja com uma Parati 91, a mesma que eu iniciei minhas viagens pelo Brasil em 1999 e que foi utilizada na série 'Insustentáveis', [série mato-grossense exibida no Prime Video]", adiantou.
Entre os títulos recentes que Luciano pode ser visto atuando estão “Silvio” (2024), onde interpreta o Governador na cinebiografia de Silvio Santos, e “O Anel de Eva”, no papel de Marcelo. Em 2022, foi protagonista em “Mares do Desterro” como Joaquim. No mesmo ano, participou do sci-fi “Loop” como médico. Em “A Batalha de Shangri-la” (2019), interpretou o Pastor Paulo, além de atuar em produções como “Desamantes”, “Se Arrependimento Matasse” e no premiado “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert.
Na televisão, ficou conhecido por papéis em séries como “Sintonia” (Netflix), onde viveu o Pastor Leopoldo nas três primeiras temporadas, e “Insustentáveis” (Prime Video), no papel do Pastor Romeu. Também participou de “Terrores Urbanos”, “O Negócio” (HBO) e da minissérie “Aqueles Dias” (2025).
Nos seus quase 30 anos de carreira, o artista tem conseguido transitar entre teatro, cinema e TV.