Único do gênero no país, o Museu do Videogame Itinerante fará exposição na capital sul-mato-grossense de 10 de janeiro a 1º de fevereiro. Segundo a organização, a entrada será gratuita, visando atrair público de todas as idades.
A exposição chega a 500 videogames, com o público tendo a oportunidade de jogar desde o primeiro videogame fabricado no Brasil, conhecer o primeiro do mundo até os últimos lançamentos.
Entre alguns dos consoles disponíveis para o público jogar estão: Atari 2600, Nintendinho, Master System, Mega Drive, Super Nintendo, Neo Geo, Nintendo 64, GameCube, Dreamcast, Xbox, PlayStation 1 e 2, além das áreas dedicadas às novas gerações, com PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch 2 e simuladores de corrida com cockpits realistas.
Fundado em 2011 em Campo Grande, o projeto comemora 15 anos nesta edição. Para o curador e idealizador do museu, Cleidson Lima, voltar a Campo Grande tem um significado especial. “Principalmente pelo fato de o evento ter sido criado aqui. O museu é fruto de uma coleção de trinta anos, e ele também é fruto de uma DR de casal, isso mesmo. O Museu do Videogame nasceu de uma DR de casal entre a minha esposa Janaína e eu", revelou Cleidson, dando gargalhadas.
Na época, segundo Cleidson, Janaína havia lhe dado um ultimato. "Todos esses videogames que você vê na exposição estavam dentro da minha casa. Eles eram pendurados na casa como se fossem quadros e, por isso, só não tinha videogame no banheiro e na cozinha. Então, num belo dia de fúria, de faxina, ela [Janaína] me deu o ultimato. Ela disse: — Ou você transforma essa sua coleção em um museu para tirá-los de casa ou você vai sair de casa com esses videogames. Eu mostrei quem manda em casa: ela", relembrou de forma bem-humorada.
Cleidson Lima, curador do Museu do Videogame Foto: DivulgaçãoCom todas essas memórias na bagagem, Cleidson apontou o grande diferencial de expor em Campo Grande. "Algo que era uma coleção restrita a mim, familiares e amigos se tornou o primeiro museu do gênero do Brasil, levando milhões de pessoas, mais de 20 milhões nesses 15 anos de história. Então, por isso, para mim, a exposição em Campo Grande sempre será especial, principalmente no início do ano, quando a gente começa a temporada", declarou. Desde sua criação, a exposição já passou por 19 estados e recebe cerca de 5 milhões de visitantes por ano.
Questionado sobre quando e como teve início sua paixão por videogames, Cleidson explicou que, por ser jornalista de formação, escreveu por mais de vinte anos sobre tecnologia e, nesse contexto, surgiu a paixão por colecionar. "Viajei uma boa parte do mundo, em todas essas viagens eu procurava videogames, principalmente antigos, que eu nunca tinha tido condição de ter e, quando eu pude ter, eu comecei a colecionar".
À reportagem, Cleidson destacou o valor histórico-cultural exclusivamente possibilitado pelo Museu do Videogame Itinerante. "Olha que interessante: as coisas novas que nós resgatamos para o acervo são as mais antigas possíveis, porque os itens novos são fáceis de encontrar no mercado para qualquer pessoa. Então, a partir de agora, se você quer ter informações sobre um PlayStation 5, um Nintendo Switch 2, o mercado te apresenta. Só que quando você fala em itens da década de 70, 80 e 90, por exemplo, muitos itens ainda são obscuros. Muita coisa nunca esteve no Brasil. Então, por isso, para o Museu do Videogame Itinerante, é importante a gente buscar, garimpar e trazer informações desses consoles que foram lançados no mundo inteiro, nos Estados Unidos, no Japão, na Europa; a gente cataloga, expõe e dá uma verdadeira aula para as pessoas entenderem um pouco do significado da evolução nos últimos 50 anos", detalhou.
“MILHÕES DE APAIXONADOS”
Um dos eventos passados realizados pelo Museu do Videogame Itinerante (Imagem: Reprodução / Facebook - Arquivo do Museu do Videogame Itinerante)Ciente de que sua paixão por videogames ressoava em outras pessoas, ao montar o museu, Cleidson revelou que ficou surpreso com o número de interessados. "Eu não imaginava que milhões de pessoas tinham a mesma paixão. Não é uma paixão muitas vezes igual, ou seja, uma paixão de pesquisador, mas é uma paixão que é baseada naquela memória afetiva. Às vezes você não é apaixonado por centenas de videogames, mas você é apaixonado por dois ou três que tiveram um significado na sua vida. Ou jogou o Atari, o Super Nintendo, o Master System, o Mega Drive, ou seja, algum desses consoles que você jogou na infância, na adolescência; isso te marca por toda a adolescência, pela sua vida adulta e tudo mais", comentou.
Ainda segundo Cleidson, além de salvaguardar a memória, o Museu do Videogame Itinerante tem o objetivo de oferecer a experiência de contato com os antigos videogames, isto é, as pessoas podem jogar nos consoles raros. "O museu chega com esse propósito de resgatar essa paixão, essa boa lembrança, essa memória afetiva e também mostrar para o público mais novo o que significou toda essa evolução de consoles até os modelos de hoje. Então, o museu chega com um potencial muito grande de acervo, chega com mais atrações. Hoje nós temos diversas áreas, são mais de 60, 70 videogames para jogar", anunciou.
Durante a exposição, Cleidson garantiu que o público terá a oportunidade de jogar "desde o primeiro videogame fabricado no Brasil, que é o Telejogo Philco-Ford, de 1977. A pessoa poderá conhecer o primeiro videogame do mundo, poderá conhecer e experimentar o último videogame lançado, o Nintendo Switch 2, por exemplo, novos jogos do PlayStation 5, Xbox; ela tem a possibilidade de jogar aquelas máquinas de fliperama das décadas de 80 e 90, que são os arcades. Então, assim, tem um monte de atrações para a pessoa curtir", adiantou.
A exposição, instalada no Shopping Bosque dos Ipês, neste ano terá mais dias do que em janeiro de 2025. "No ano que vem serão 23 dias de evento. Em 2025 foi em janeiro, nós tivemos 16 dias, isso porque o Bosque dos Ipês nos pediu para ficar nove dias a mais, para que as pessoas possam ter a oportunidade de curtir durante todas as férias a maior exposição sobre a história dos videogames do Brasil".
Por fim, Cleidson citou novidades na programação da próxima edição de 2026, incluindo torneios de Just Dance 2026, no qual a seletiva começará a partir do primeiro dia, concurso de cosplay, novas edições de K-pop, torneios de videogames antigos e atuais, torneio de FIFA 2026, simuladores de corrida, arcades e videogame concert. “Nós vamos ter uma apresentação musical em que esses músicos vão trazer diversos temas, ou seja, versões de temas de videogames que marcaram a história dos principais jogos nos últimos anos", finalizou.
Ao longo de sua trajetória, o projeto recebeu o prêmio de Museu Mais Criativo do Brasil, concedido pelo Ministério da Cultura. Além disso, representou o país em um encontro mundial de museus em Paris e integrou a programação da London Games Festival, na Inglaterra.
CONFIRA OS DESTAQUES E RELÍQUIAS DO MUSEU DO VIDEOGAME ITINERANTE EM 2026:
- Magnavox Odyssey (1972) – primeiro console do mundo
- Atari Pong (1976) – primeiro console doméstico da Atari
- Fairchild Channel F (1976) – primeiro console a usar cartuchos
- Telejogo Philco-Ford (1977) – primeiro videogame fabricado no Brasil
- Vectrex (1982) – console com monitor próprio
- Nintendo Virtual Boy (1995) – pioneiro em jogos 3D
- Microvision (1979) – primeiro portátil com cartucho
- R.O.B. (1985) – robô lançado com o Nintendo 8 bits
Destaque ainda para a área de realidade virtual com PlayStation VR2, que deve proporcionar uma experiência de última geração.
SERVIÇO
O Shopping Bosque dos Ipês fica na Avenida Cônsul Assaf Trad, 4.796, no bairro Novos Estados, em Campo Grande. Mais informações pelo telefone (67) 3004-5555 ou pelo site: bosquedosipes.com
Para mais informações sobre o projeto, siga o Instagram: @museudovideogameoficial
Siga a página do shopping nas redes sociais @bosquedosipes e fique por dentro de todas as novidades.





