Havia dificuldade até de movimentação em meio ao gigantesco público que se fez presente no domingo (9.out.22) na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande (MS). Esse era o 2º dia da 2ª edição do Campão Cultural. 

O público espremia-se para estar mais perto do palco, onde Nando Reis subiria para um show ao lado de Pitty. Essa última, porém, não conseguiu chegar à Capital sul-mato-grossense em razão de um acidente envolvendo aeronaves no Aeroporto de Congonhas (SP). Apesar disso, Nando entregou um show potente, interpretando, inclusive, clássicos de sua colega como o hit “Na Sua Estante” (2005).

“Vocês farão as vezes da Pitty”, disse Nando, convidando a multidão a cantar.

O Secretário de Cidadania e Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Romero, não escondia a satisfação de ver o projeto em sua segunda edição, repetindo o sucesso da 1ª. “Uma satisfação imensa a gente ver o Campão se firmando como o maior evento cultural do estado de Mato Grosso do Sul. Essa foi a proposta: criar um festival, que ele realmente fosse o maior, não porque ele é o festival da Capital, mas porque ele é um festival que tem a oportunidade de agregar todos os outros municípios do estado e tem a capacidade de ser um festival mais humano, mais contemporâneo. Isso permite essa mistura de linguagens com mais profundidade”, avaliou.

Romero explicou que essa “capacidade agregadora” reflete diretamente na periferia da cidade. “Nessa edição com 8 dias de duração, são mais de 120 atrações, mais 37 oficinas. No meio disso você tem a ocupação de todos os cantos da cidade. Ele acontece no Centro, nesse palco Esplanada, mas está nas grandes regiões, Região Sul, Norte, Região Nordeste e Região Sudeste. E ao mesmo tempo indo para os distritos, o caso de Rochedinho e criando a oportunidade para que esses integrantes venham, como o caso de Furnas, que um grupo virá para uma roda de conversa com o grupo Olodum”, detalhou.

Para o secretário, com a forte participação popular, o primeiro objetivo foi atingido: “O 1º passo foi a missão de fazer o festival ganhar vida, se firmar como o maior festival. Se perpetuar, é isso que a gente quer. O público já mostrou que quer o festival”, disse e completou: “O Campão está cumprindo seu papel e para nós é motivo de orgulho”.

A reportagem do TeatrineTV questionou se já há conversas entre Romero e Eduardo Riedel (PSDB), que disputam o 2º turno no próximo dia 30 de outubro. “Não tem nenhuma especificidade de continuar em funções. Nós temos um projeto, eu defendo o projeto do Riedel, ajudei a construir esse projeto. O Riedel era secretário quando o Campão surgiu, então ele conhece a origem do Campão, conhece a origem dos eventos, das ações que a gente está fazendo na secretaria e tem muito apreço e respeito por essas pautas. Tanto que, se não fossem as intervenções dele como secretário, talvez a gente não tivesse conseguido avançar em algumas construções”, observou.   

Conforme o secretário, apesar de ele ter Riedel como seu candidato, ainda não foi discutida continuidade no cargo a frente da SECIC. “Eu tenho total liberdade de apoiá-lo, como meu candidato nesse caso, mas não tem essa garantia de quem fica em funções. Não estamos discutindo funções. Nós estamos discutindo no plano de governo a permanência de políticas públicas para a cultura. No plano de governo essas ações estão contempladas, seja quem for o secretário, seja quem for o presidente da Fundação com certeza haverá continuidade”, revelou.

O sucesso de público que ocorre no Centro ainda não reflete nos bairros. O secretário considerou que o fortalecimento de ações no bairro em breve formará uma plateia nesses locais. “Não é só o Campão que vai para os Bairros, nós temos também o Sarau no Parque que é um evento que acontece todos os domingos nos bairros... e bairros, tem alguns que você tem uma adesão maior, em outros uma adesão menor".

Romero finaliza dizendo que as políticas culturais precisam continuar chegando aos bairros para solucionar um grande desafio. "Nós temos um grande desafio na questão cultural que é a formação de plateia, formação de público. As pessoas conhecem aquilo que elas às vezes nunca viram, que elas às vezes nunca escutaram. O grande papel da política pública cultural é democratizar esse acesso, permitindo que todos acessem. Acho que a gente faz várias coisas ao mesmo tempo. Quando você traz uma atração nacional integrada com uma regional, você cria uma oportunidade de dar visibilidade para essa regional junto com uma nacional. Muitas vezes, quando você leva uma ação para um bairro, ainda um pouco, entre aspas, desconhecida, você está dando oportunidade de formar essa plateia, essa comunidade. Então, eu acho que independente de ter muitas ou poucas pessoas participando, o importante é ter as atividades sendo oferecidas, porque elas vão despertando muitos novos atores sociais e até mesmo novos artistas. Esse é o grande papel que a gente tem”.

Como a Pitty não conseguiu se apresentar na noite do dia 9 de outubro, o valor de R$ 125 mil pagos à ela para um show fica em crédito e futuramente o estado pode convidá-la.

Nando Reis recebeu um cachê de R$ 175 mil pelo show de 1 hora e 30 minutos. Veja a cobertura fotojornalística do show: