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Cultura Internacional

Rainha do rock n'roll, Tina Turner, morre aos 83 anos

Por TERO QUEIROZ • 24/05/2023 • 16:14

A cantora americana considerada a rainha do rock n'roll, Tina Turner, morreu aos 83 anos, nesta 4ª.feira (24.mai.23). A informação foi confirmada por seu porta-voz, Peter Lindbergh, num post no Instagram oficial da artista.

"Com muita tristeza comunicamos o falecimento de Tina Turner. Com a sua música e a sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs em todo o mundo e inspirou as estrelas do amanhã. Hoje nos despedimos de uma amiga querida que nos deixa todo o seu maior trabalho: a sua música. Toda a nossa sentida compaixão vai para a família dela. Tina, vamos sentir muito a tua falta", declarou Peter. A causa da morte não foi divulgada.

INÍCIO DA CARREIRA

A dupla americana Ike e Tina Turner chega a Schiphol. Ike & Tina Turner * 28 de janeiro de 1971

Ela nasceu Anna Mae Bullock, em uma família pobre dos Estados Unidos. Aos 15 anos, foi abandonada pelos pais e cantou em boates para se sustentar.

Em uma das apresentações, ela conheceu Ike Turner com a banda The Kings of Rhythm. Anna pediu para ser backing vocal e em pouco tempo se tornou uma das vozes principais. Ike e ela decidiram formar uma dupla e, após se casarem, ela adotou o nome artístico Tina Turner.

Ao lado do marido, Tina dominou o cenário da música soul nos anos 60 e 70, com sucessos da música como River Deep e Mountain High.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Foto antiga de Ike e Tina Turner - Wikimedia Commons

O casamento de Tina e Ike foi marcado por brigas e escândalos. Alcóolatra e dependente de drogas, Ike culpava Tina pelo declínio da dupla, a agredia, humilhava e a traía. Ela apareceu em público diversas vezes com o olho roxo ou com o lábio inchado. Depois de 18 anos, ela se cansou das agressões e decidiu abandonar o marido. Na justiça, propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de poder manter o sobrenome Turner.

O abuso doméstico ao qual Ike a sujeitou — e sua longa luta para se libertar — foi documentado em um filme de Hollywood de 1993 estrelado por Angela Bassett, que ganhou três Oscars.

A história de vida de Turner também foi imortalizada em um popular show do West End que ainda está em exibição.

RECOMEÇO DA CARREIRA

Após a separação, a popularidade da cantora como artista solo diminuiu consideravelmente, mas Tina recomeçou do zero. Sem dinheiro, morou com uma amiga e abriu shows para outros grupos famosos, como os Bee Gees. Para voltar ao cenário musical, apostou no rock, influenciada pelos Rolling Stones e por David Bowie. Adotou também um novo estilo, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados.

Em 1984, a carreira dela ressuscitou quando no encalço de um contrato com a Capitol Records. Por lá, ela lançou o álbum ‘Private dancer’. O hit ‘Whats love gotta do with it’ teve ascensão meteórica e ajudou Tina a vender mais de dez milhões de cópias em todo o mundo.

Um cover de sucesso de Let's Stay Together de Al Green levou ao álbum Private Dancer, a estabeleceu como uma mega-estrela. A faixa-título de Private Dancer, assim como What's Love Got to Do With It e I Can't Stand the Rain estavam entre os sete singles do álbum.

RAINHA DO ROCK N'ROLL

Tina Turner em 1987. Foto: Getty Images

O título de rainha do rock surgiu aos 45 anos. Ela exibia as belas pernas, cantava e dançava sem perder o fôlego, levando a multidão ao êxtase.

Em 1986, lançou a biografia ‘Eu, Tina: a história da minha vida’, que conta a trajetória profissional e pessoal com o ex-marido, além de revelar as constantes agressões.

O álbum seguinte de Tina foi ‘Break every rule’, com o qual fez a maior turnê de sua carreira. Foram 14 meses viajando. Um show dessa turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes: a cantora reuniu nada menos que 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O show foi transmitido ao vivo para todo o mundo.

No início dos anos 90, lançou a música ‘The best’, que chegou a ser tema de alguns atletas. Um deles foi Ayrton Senna, que subiu no palco ao lado de Tina durante uma apresentação.

O sucesso da música fez com que Tina Turner, então com 56 anos, lançasse um novo álbum, ‘Wildest dreams’. No fim da década de 90, lançou o nono álbum da carreira solo e anunciou a aposentadoria dos palcos. ‘Twenty four seven’ teve apenas dois hits, mas o clima de despedida atraiu milhões para os shows.

Com admiradores que vão de Beyonce a Mick Jagger, Turner foi uma dos artistas mais bem-sucedidas do mundo, reconhecida pelos inesquecíveis sucessos. Ela vendeu mais de 150 milhões de discos em todo o mundo, ganhou 12 Grammys e foi eleita junto com Ike para o Hall da Fama do Rock and Roll em 1991 (e sozinha em 2021) e foi homenageada no Kennedy Center em 2005, com Beyoncé e Oprah. Winfrey entre aquelas que a elogiam. 

Em 2008, para marcar os 50 anos dos prêmios Grammy, fez uma apresentação histórica. Além de cantar seus grandes sucessos, fez um dueto com a cantora pop Beyoncé. Quando fez 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e foi a mulher mais velha a estampar a capa da revista Vogue.

OUTRAS ÁREAS DE ATUAÇÃO

Os trabalhos de Tina Turner não ficaram restritos à música. Ela estrou nos cinemas em 1975 no filme ‘Tommy’. Dez anos depois, fez outro sucesso: ‘Mad Max – Além da cúpula do trovão’. Ela foi responsável também pelo tema do longa-metragem, que dominou as paradas de sucesso. A cantora gravou a trilha de muitas outras produções, incluindo ‘007 contra Golden Eye’.


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Tags: #TeatrineTV, Anna Mae Bullock, CULTURA, destaque, música, rainha do rock n'roll, Tina Turner

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