Para encerrar as atividades de 2022, o Movimento Negro Unificado de Mato Grosso do Sul irá promover, nesta terça-feira, a partir das 17h00, na Estação Cultural Teatro do Mundo, a exibição de dois filmes voltados para as temáticas e discussões que permeiam a existência das pessoas negras.
A curadoria das duas produções nacionais foi feita por Caetano Correa, que pertence ao Movimento Negro Unificado do Estado. O primeiro longa a ser exibido é “7 Prisioneiros”, filme de 2021, dirigido por Alexandre Moratto, que narra a história de Mateus, um rapaz que sai do interior para buscar uma vida melhor em São Paulo.
Lá, Mateus comela a trabalhar em regime análogo à escravidão moderna em ferro-velho. O enredo, então, o acompanha nessa trajetória, onde ele se vê dividido entre continuar trabalhando para quem o escravizou ou colocar sua vida e sua família em jogo caso não seja cúmplice.
A produção é estrelada por Christian Malheiros e Rodrigo Santoro, e estreou em setembro de 2021, durante o 78º Festival Internacional de Cinema de Veneza.
O segundo longa a ser exibido é o documentário estrelado pelo rapper Emicida, Amarelo - É tudo pra ontem. Nele, o cantor mostra os bastidores da produção do álbum homônimo, lançado em 2019.
A produção ainda mescla algumas passagens em animação e entrevistas para contar a história e mostrar a potencialidade da cultura negra no Brasil nos últimos 100 anos.
Caetano Corrêa, líder do Movimento Negro Unificado de MS e organizador do evento, reforça que a ideia do projeto "No Escurinho do Cinema" da qual a exibição faz parte, busca trazer filmes afrocentrados para que o público tenha uma opção de entretenimento, mas também pense sobre questões sociais.
"Será um momento de aprendizado para nós, pois cada filme aborda o posicionamento do negro na sociedade atual, com o filme 7 Prisioneiros, também e mostra toda a riqueza ancestral do nosso povo diretamente ligada a História de construção do Brasil por meio do filme AmarElo
Caetano também reitera que muitos espectadores também terão seu primeiro contato com o ambiente do teatro, fazendo desse evento um momento ainda mais importante e especial.
Ao TeatrineTV, o diretor do espaço Teatro do Mundo, Fernando Lopes, afirmou que a intenção da primeira obra é discutir sobre a escravidão moderna e serve como alerta para que todos estejam sempre olho aberto para as situações que acontecem no dia a dia.
Ainda segundo ele, o documentário Amarelo vem logo em seguida para colocar o povo preto no topo.
“Conversando com Caetano, eu achei as escolhas bem acertadas porque ‘ 7 prisioneiros’ traz essa preocupação e é um drama muito difícil, duro e triste, mas o Amarelo vem, finalizando a mostra com um levante de moral, com alegria e poesia
Ainda de acordo com Lopes, é muito importante que este evento seja sediado no local, já que o espaço surgiu justamente com o intuito de trazer para Campo Grande mais um espaço para discutir e combater as injustiças sociais, o racismo, machismo e outros problemas ligados ao modo de viver em sociedade.
A exibição será realizada a partir das 17h00, no Centro Cultural Teatro do Mundo, na rua Barão de Melgaço, 177, Centro. A entrada é 1 kg de alimento não perecível.
“Esta reportagem foi produzida com apoio do programa Diversidade nas Redações, da Énois, um laboratório de jornalismo que trabalha para fortalecer a diversidade e inclusão no jornalismo brasileiro. Confira as metodologias na Caixa de Ferramentas”.
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